domingo, 22 de março de 2015

Inezita Barroso


(São Paulo/SP, 4/3/1925 ******** São Paulo/SP, 8/3/2015)

Inezita Barroso, pseudônimo de Ignez Magdalena Aranha de Lima foi, além de cantora e compositora, atriz, instrumentista, folclorista, professora e apresentadora de rádio e televisão brasileira, atuando também em shows, discos, cinema e teatro.
Nascida numa família aristocrática foi apaixonada pela cultura e, principalmente, pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos. Estudiosa, matriculou-se no conservatório e aprendeu piano. Formou-se em biblioteconomia pela USP, antes de se tornar cantora profissional, na década de 50.

Inezita Barroso

Estreou como cantora em 1950, na Rádio Bandeirantes, de São Paulo, a convite de Evaldo Rui. Participou em seguida da transmissão inaugural da TV Tupi, canal 3, e trabalhou como cantora exclusiva da Rádio Nacional, de São Paulo, transferindo-se mais tarde para a Record. Ainda em 1950 participou do filme “Ângela”, dirigido por Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, e realizou recitais no T.B.C., no Teatro de Cultura Artística e no Teatro Colombo. Voltou a atuar em cinema em 1953, nos filmes “Destino em apuros” (direção de Ernesto Remani) e “Mulher de verdade” (direção de Alberto Cavalcanti). No ano seguinte, apareceu em “É proibido beijar”, de Ugo Lombardi, e “O craque”, de José Carlos Burle,

Inezita Barroso - 1926

Em 1953 gravou na Victor “Canto do mar” (Guerra-Peixe), “Marvada pinga” (Laureano), “Benedito pretinho” e “Dança do caboclo” (ambas de Heckel Tavares) e os sambas “Os estatutos da gafieira” (Billy Blanco) e “Isso e papel, João?” (Davi Raw e Cícero Galindo Machado). A partir de 1954 passou a apresentar-se semanalmente em programas folclóricos na TV Record, de São Paulo. Em 1955 atuou no filme Carnaval em lá maior (direção de Ademar Gonzaga) e, como atriz e cantora, representou o Brasil no Festival de Cinema de Punta del Este, Uruguai, viajando em seguida ao Paraguai.

Inezita Barroso - infância

Seu primeiro LP, “Inezita Barroso”, foi lançado pela Copacabana, também em 1955, com um repertório folclórico que incluía, entre outras, “Banzo” (Heckel Tavares e Murilo Araújo), “Funeral dum rei nagô” (Heckel Tavares e Murilo Araújo), “Viola quebrada” (Mário de Andrade) e “Mineiro tá me chamano” (Zé do Norte). Em seguida lançou os LPs “Canta Inezita”, “Coisas do meu Brasil” e “Lá vem o Brasil”. Nessa época, Jean Louis Barrault, Marian Anderson, Vittorio Gassmann e Roberto Ingles, em visita ao Brasil, levaram seus discos para a Europa, onde foram divulgados nas principais emissoras.
Em 1956 publicou seu livro Roteiro de um violão.
No ano de1969 ganhou troféu do I Festival de Folclore Sul-Americano, em Salinas, Uruguai.

Inezita Barroso - jovem

Em 1970 produziu um documentário que representou o Brasil na Expo70, no Japão.
Realizou programas especiais para o Uruguai, Paraguai, EUA, Israel, antiga URSS, França e Itália.
Ultrapassou a marca de cinqüenta anos de carreira e de oitenta discos gravados, entre 78 rpm, vinil e CDs.
Por vinte e seis anos comandou o programa de música caipira “Viola, Minha Viola”, pela TV Cultura de São Paulo.
Apresentou no SBT um programa musical, aos domingos pela manhã que levava seu nome.
A partir de 1990 passou a apresentar e a fazer a direção musical e folclórica do programa Estrela da Manhã, da Rádio Cultura AM, de São Paulo.

Inezita Barroso

Inezita Barroso foi reconhecida também como atriz de teatro e cinema. Por onde atuou, ela ganhou prêmios importantes, como o Troféu Roquette Pinto, como Melhor Cantora' de rádio; o prêmio Guarani, como melhor cantora em disco, além de ganhar também o Prêmio Saci de cinema. Em 2003, foi condecorada pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin com a Medalha Ipiranga, recebendo o título de comendadora da música raiz.
Desde a década de 80, Inezita Barroso ainda arranjava um espaço na agenda para dar aulas de folclore.
Lecionou nas faculdades Unifai e Unicapital, onde recebeu o título de doutora Honoris Causa em Folclore Brasileiro.
Gravou CDs com o violeiro Roberto Corrêa e a Orquestra de Violas de São José dos Campos.

Inezita Barroso

Inezita esteve internada no hospital Sirio-Libanês desde o dia 19 de fevereiro, Completou 90 anos no hospital. A cantora deixou uma filha, Marta Barroso, três netos e cinco bisnetos.
Segundo a família, Inezita morreu em decorrência de uma insuficiência respiratória aguda e seu velóri foi realizado no Assembléia Legislativa de São Paulo. O enterro ocorreu no cemitério Gethsemani, no Morumbi. zona sul da cidade de São Paulo.

Fonte: site Mpbnet.com.br
















Gilda Lopes

(Porto Alegre/RS, 17/06/1937 ******* São Paulo/SP, 2009)

Em 1950, Gilda Lopes foi eleita a Rainha dos Estudantes Gaúchos. Os estudantes ficaram tão entusiasmados que quiseram, por sua vez, que ela fosse Miss Porto Alegre naquele mesmo ano. Gilda tinha, porém, 15 anos e, pelo regulamento, não poderia tirar o primeiro lugar. Conquistou, então, o segundo lugar.


Gilda Lopes


Alguns anos mais tarde, Gilda Lopes foi para a Itália, onde encantou vários rapazes, ganhando, em média, três serenatas por cidade que visitou.
Desde menina, Gilda Lopes adorava música, tanto de cantar como de compor.
Convidada, um dia, para participar de um programa da Rádio Roma, em homenagem ao Brasil, cantou “Lamento de Escravo”, de sua autoria. No dia seguinte recebeu, pelo telefone, duas propostas para gravar, uma da gravadora RCA, outra da gravadora Fonit.

Gilda Lopes

Cantou, depois, na TV (Musichieri, Noi Loro), no rádio (24.ª hora, Musicale), em boates famosas como a Open Gate e Kit Kat. Também foi convidade para fazer cinema, em uma co-produção ítalo-americana com Mamie Van Doren.
Em pouco tempo, Gilda Lopes era notícia na Itália, sendo tema de diversas reportagens nas revistas “Settimana”, “Il Tempo”, dentre outras. Mas ela queria fazer sucesso no Brasil. Por isso, em maio de 1959 desembarcou no Rio de Janeiro.



Gilda Lopes


Gravou, então, um disco lançado em 1960, “Lola” (versão) & “Delírio” (de sua autoria e Roberto Kelly).
Gilda Lopes estudou piano e ballet dos 5 aos 14 anos, além de sapateado e castanholas. Também sempre gostou de literatura, principalmente os dos escritores inglsesJames Hilton, Somerset Maugham, Aldous Huxley e Bernard Shaw. Adora Beethoven, Bach e Chopin.
Dotada de uma voz excepcional, Gilda Lopes dedicou ao gênero da ópera com a mesma soltura com que sempre interpretou qualquer tipo de música.

Gilda Lopes

Em 1962, Gilda Lopes gravou um LP que incluiu o seu maior sucesso, "O Trovador de Toledo", versão de "El Arlequín de Toledo", junto a outros grandes sucessos: A Hora do amor, Padre Don José, Tormento de amor, Ba-ba-la-ô, Não, Eu Não Vou Ter Saudade (o sucesso de Edith Piaf Non je ne regrette Rien), De degrau em degrau, Nasci para ti, Balada do adeus, Apaixonada, Agonia, Quero paz.

Gilda Lopes

Em fins de 1962 seu filho perdeu um braço em um acidente rodoviário. Sentindo-se culpada por haver sugerido a viagem de ônibus no lugar do avião, por temer um acidente aéreo, foi morar nos Estados Unidos, para acompanhar o tratamento. Acabou abandonando a carreira artística.


Fontes: Blog Cifra Antiga; Site Rockolafree; Memória Viva.











sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Ana Lúcia

(Blumenau/SC,   ******  Florianópolis/SC, 24/06/2011)

Ana Lúcia (Anna Lúcia Buchele da Silva e Souza) nasceu em Santa Catarina.

Ana Lúcia
Cantora Catarinense revelada em São Paulo na era da bossa nova, Ana Lúcia gravou de 1959 a 1964 três LPs. Dois deles foram recentemente relançados na forma de CD sendo que o "Ana Lúcia Canta Triste" foi considerado pela conceituada revista "Rolling Stones"um dos melhores lançamentos dos últimos anos.

Em 1959 gravou o LP "Ana Lúcia", pela gravadora Chantecler, destacando-se de imediato como uma das boas cantoras surgidas com a Bossa Nova. Nesse disco ela gravou, entre outros, clássicos como "Porque Tinha de Ser" (Tom Jobim / Vinícius de Moraes), "Esquecendo Você" (Tom Jobim) e "Da Cor do Pecado" (Bororó). 

Em 1961 gravou o segundo LP, pela gravadora Philips, "O Encanto de Anna Lúcia" , com "Água de Beber", "Ilusão à Toa" e "Tema do Boneco de Palha", uma de suas gravações mais conhecidas. 

Ana Lúcia
Em 1962 apresentou-se ao lado de Oscar Catro Neves, no célebre concerto de bossa nova no Carneggie Hall, cantando a música "Ah, Se Eu Pudesse", sendo que essa apresentação foi gravada e lançada no LP "Bossa Nova At Carneggie Hall", lançado em 1963.

Em 1964 fez uma participação especial no LP de Geraldo Vandré desse ano, cantando em dupla com ele a música "Samba em Prelúdio", gravação que fez grande sucesso na ocasião, antes da famosa gravação realizada pouco depois por Vinícius de Moraes e Odete Lara.

Ana Lúcia participou ativamente na música brasileira na época da bossa nova tendo, dentre outras coisas, sido convidada especial no antológico show do " Carnegie Hall" em 1962.

Ana Lúcia
Em 1968 cantou no festival internacional da canção no Maracanazinho (Rio de Janeiro). Dentre suas gravações de sucesso destacam-se “Carinhoso” e “O Que Tinha Que Ser”.

Após o lançamento de seu último LP afastou-se da vida artística para dedicar-se ao casamento. Nos anos seguintes foi proprietária de um restaurante.

Ana Lúcia faleceu em 2011.

Fonte: Site Cantoras do Brasil.

                                 Ana Lúcia Canta Triste (completo)