terça-feira, 27 de novembro de 2012

Carlinhos de Pilares

(1942 ***** Rio de Janeiro, 07/07/2005)

Carlos Miguel Marques estreou como compositor e cantor de escola samba em 1982, com “Moça Bonita não Paga”, enredo que trouxe a Caprichosos de Pilares para o Grupo Especial. Em 1985, era um dos autores de “E por Falar em Saudade”, que ficou conhecida pelo refrão “Tem bumbum de fora pra chuchu/ Qualquer dia é todo mundo nu"), que levou a agremiação ao rebaixamento. Depois disso, ele passou pela Portela, Unidos da Tijuca, Unidos do Jacarezinho e as paulistas X9 e Tom Maior.

Carlinhos teve participação importante por firmar a imagem da Caprichosos como uma escola querida dos foliões, mesmo sem levantar campeonatos. Uma das conseqüências da imagem positiva da Caprichosos foi a preferência da cantora Simone em incluir sempre um samba da escola em seus discos nos anos 1980. Por duas vezes o samba gravado tinha assinatura de Carlinhos: no LP Cristal (CBS, 1985), "Amor no coração" (parceria com Balinha, Almir de Araújo, Marquinho Lessa e Hércules Corrêa), que Simone convidou Carlinhos para gravar com ela, e em “Amor e Paixão” (CBS, 1986), "Rei por um Dia" (com os mesmos parceiros), que conta com Carlinhos fazendo os breques. Provavelmente sejam uns de seus únicos registros de estúdio fora dos discos de samba-enredo. Ele lançou um Lp solo chamado “Formas e Maneiras”.

Em seus últimos anos de vida Carlinhos passou por grandes necessidades financeiras, sendo necessário inclusive que sua família tentasse mobilizar o mundo do samba e os apaixonados pelo carnaval carioca pedindo ajuda para o sambista. A família do compositor estava com ordem de despejo do terreno onde moravam: uma casa de três cômodos, no tijolo, sem porta ou saneamento básico.

Carlinhos morreu no dia 7 de julho de 2005 às 13h no hospital D. Pedro II, zona oeste do Rio, onde estava internado devido a um câncer no pulmão. Ele tinha 63 anos e estava doente desde de 2004, mas ainda saiu cantando o samba da Acadêmicos da Rocinha, que ainda estava no Grupo de Acesso A naquele ano ("O Mago do Novo, João do Povo”, uma homenagem a Joãozinho Trinta que deu o 3º lugar no grupo A à Acadêmicos da Rocinha ). De lá para cá, passou temporadas internado em vários hospitais da cidade, para tratamento de quimioterapia e radioterapia. O corpo foi enterrado no cemitério de Inhaúma.

Carlinhos de Pilares era casado com Idalina e tinha quatro filhos de dois casamentos, Carlos Eduardo, Carlos Henrique, Antônio Carlos e Carmen Verônica.

Início: Caprichosos de Pilares, nos anos 70.
Entre 1975 e 1988 – Caprichosos de Pilares
1979 – Lins Imperial (Grupo 2-A)
1989 – Unidos do Jacarezinho
1990 – Santa Cruz
1991 e 1992 – Caprichosos de Pilares
1994 - Unidos da Tijuca
1995 – Portela (junto com Rixxa)
1996 – Caprichosos de Pilares e Praiana (Porto Alegre)
1997 – Acadêmicos do Dendê (Grupo A)
1998 a 2000 – Santa Cruz (Grupo A)
2002 – Lins Imperial (Grupo B)
2003 e 2004 – Rocinha (Grupo A)

GRITO DE GUERRA: "Alô, Brasil! Alegria geral! Vai começar a festa!" (segue depois sua tradicional gargalhada)

GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: Seus cacos variavam muito conforme o samba ou o tema apresentado. Sua marca principal era a gargalhada, quando, em determinado momento, os versos do samba mencionavam as palavras “alegria”, “sorriso” ou qualquer outra manifestação de animação. Também apareciam muito os cacos "é muita coisa junta", “gira, baiana”, “ah, minha escola querida”.

Sambas de sua autoria: “Uruçumirim, paraíso tupinambá” (79, com Delso e Ferreira); “E por falar em saudade” (85, com Almir de Araújo, Balinha, Hércules e Marquinho Lessa); “Brazil com z não seremos mais... ou será que seremos?” (86, com Almir de Araújo, Balinha, Hércules e Marquinho Lessa); “Os heróis da resistência” (90, com Carlos Henri, Doda, Luís Sérgio, Mocinho e Zé Carlos); “Entre Festas e Fitas”, (Acadêmicos do Engenho da Rainha/1994, em parceria com De Minas, Hércules Corrêa e JB) .

Estandarte de Ouro: 1988. Também conquistou um prêmio Sambanet de melhor intérprete do Grupo B de 2002, quando defendeu a Lins Imperial.

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