(Rio de Janeiro/RJ ******* Rio de Janeiro/RJ, 1974)
Noriel Vilela, nome artístico de Aonoriel Vilela de Arantes, fez carreira como integrante do grupo vocal de samba Cantores de Ébano, que teve relativo sucesso nos anos 1950. Vilela também lançou o álbum-solo "Eis o Ôme", em 1968.
"Nonô era o apelido que vem da infância difícil e sem graça no bairro carioca de Lins de Vasconcelos, onde nasceu, soltou pipa, brigou muito e chutou bola de meia.
E enquanto Noriel "espichava" até um metro e oitenta e três, a voz descia até um fá natural profundo e aveludado, que ecoaca nas serestas das noites de sábado e nas festinhas eventuais. Mas o cantorio ficava só nisso, pois durante a semana o "toque de alvorada" era às 6 da matina; depois, era a longa viagem para o trabalho, na "taioba" das 6:30, rumo à CIa. Propac, onde o torneito-mecânico Noriel arranjava o dinheirinho semanal para ajudar a família e ir ao cinema do bairro no domingo.
Um dia resolveu se apresentar no programa de calouros, Ary Barroso, onde obteve a nota 4. Foi convidado então para compor o grupo "Os Cantores de Ébano". Fez então várias gravações e todos passaram a tomar conhecimento de sua voz privilegiada, destacando-se em sucessos do conjunto.
Com a primeira dissolução do grupo, violão debaixo do braço, pouco juízo na cabeça, muitas canções no coração, lá se foi Noriel por muitos caminhos e, tanto foi e voltou, tanto andou, que sumiu. E quase dez anos se passaram.
Mas, em todo esse tempo de sumiço, a saudade do cantor era maior que a necessidade de voltar a ser torneiro-mecânico; e maior ainda a tristeza de ver tudo à volta na estaca zero, por sua própria culpa, por não ter ajudado a que o ajudassem. Resolveu procurar então Ismael Corrêa, diretor-artístico da Copacabana Discos.Com essa ajuda gravou pela própria Copacabana "Eis o Ôme". Retornou ainda aos Cantores de ébano.
Vilela morreu repentinamente e o Cantores de Ébano se desfez por algum tempo, até que se encontrasse um substituto à altura para o cantor.
A voz do cantor é um baixo profundo com uma dicção única no samba. Seu segundo álbum "Eis o Ôme" é uma sucessão de faixas de sambalanço com forte tempero afro, não apenas na sonoridade, como também na temática, voltada para a umbanda. Um dos grandes sucessos de Vilela foi a canção "Dezesseis Toneladas", uma versão para o português de um clássico norte-americano do pop-country-folk dos anos 1940, "Sixteen Tons", de Ernie Ford e Merle Travis.
A banda paulista Funk Como Le Gusta regravou a versão de Vilela, tentando até mesmo reproduzir sua voz grave, no álbum "Roda de Funk".
Vilela goza atualmente de um revival cult entre os admiradores do sambalanço e seu nome é facilmente encontrável nas redes de compartilhamento de arquivos da internet.
Segundo informações não confirmadas, Noriel Vilela morreu em 1974 devido a uma reação alérgica a anestesia de seu dentista.
Fonte: Wikipédia, Blog do Pacífico e Escaparfedendo blogspot.
Bom trabalho. Valoriza a cultura brasileira.
ResponderExcluirMe criei ouvindo...
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