terça-feira, 27 de novembro de 2012

Carlos Imperial

(Cachoeiro do Itapemirim/ES , 24/11/1935 ***** Rio de Janeiro, 4/11/1992)

Carlos Eduardo Corte Imperial, conhecido como Carlos Imperial, desde cedo se interessou por música, colecionando discos importados. Mais tarde, já no Rio de Janeiro, conheceu Johnny Alf, de quem se tornou aluno de piano. Participou de clubes de jazz com sessões aos domingos à tarde.

Logo no início da década de 50, Carlos Imperial fez sua primeira composição: "Menina". Nesta mesma época estreou como ator no programa "Câmara Um", de Jaci Cmpos, na TV Tupi do Rio de Janeiro. Mais tarde ganhou a confiança e o respeito de Jaci Campos, tornando-se seu assistente. Foi responsável por quadros de rock no programa "Meio Dia".

Em 1958, comandando o programa Clube do Rock, na TV Continental, do Rio de Janeiro, Carlos Imperial "descobriu" o cantor Roberto Carlos. Roberto estreou em disco no ano de 1959 pela Philips com duas composições de Carlos Imperial: "João e Maria" e "Fora do Tom". No ano seguinte, Roberto inclui mais duas músicas de Imperial em seu disco: "Brotinho Sem Juízo" e "Canção do Amor Nenhum".

Nessa época, Carlos Imperial apresentava os programas "Festa de Brotos", na TV Tupi, e "Os Brotos Comandam", na TV Continental e Radio Guanabara, onde surgiram diversos ídolos da jovem guarda, como Eduardo Araújo, e Renato e seus Blue Caps. A partir da afirmação do movimento da jovem guarda, compôs músicas de sucesso, como "Goiabão" e "Vem Quente Que Eu Estou Fervendo" (ambas com Eduardo Araújo), gravadas respectivamente por Eduardo Araújo e Erasmo Carlos.

Esse período levou várias músicas de Carlos Imperial aos primeiros lugares das paradas de sucesso. "Mamãe Passou Açúcar Em Mim", gravada por Wilson Simonal e "A Praça", gravada tanto por Ronnie Von quanto por Simonal são alguns destaques desse período. "A Praça" tornou-se inclusive um de seus maiores sucessos como compositor.

Compôs também em parceria com Ataulfo Alves, pouco antes da morte deste, três sambas, dos quais "Você Passa Eu Acho Graça", foi o de maior popularidade. Esse samba tornou-se imortalizado pela voz de Clara Nunes.

A partir da década de 1970, Carlos Imperial dedicou-se ao jornalismo, à produção de filmes e à política, sendo o vereador mais votado do Rio de Janeiro em 1982.

Nos anos 70, Carlos Imperial apresentava pela TV Tupi uma atração aos sábados à noite que levava seu nome, posteriormente migrando para a TVS - Canal 11 do Rio de Janeiro. Nesta mesma década, Imperial tornou-se um polêmico jurado do programa de calouros apresentado por Chacrinha.

Em seus programas de TV tornaram-se famosas as dançarinas de palco, que recebiam o título de "as lebres do Imperial".

Imperial também foi colunista da revista Amiga, publicada pela Bloch Editores e vereador na cidade do Rio de Janeiro, eleito em 1982, pela legenda do PDT. Foi candidato a prefeito do Rio em 1985, mas perdeu a eleição. Foi também vice-presidente do Botafogo, do Rio de Janeiro.

Na década de 1980, Imperial se notabilizou por divulgar as notas dos jurados nas apurações dos desfiles das escolas de samba cariocas. A cada nota máxima ele exclamava em alto e bom som a frase: "Dez, nota Dez". Tal frase caiu no gosto popular, se transformando em um verdadeiro bordão. Também fez muito cinema, tanto como ator como diretor e pequenas participações em telenovelas.

Entre os filmes que dirigiu estão “O Esquadrão da Morte” (75) e “Delícias do Sexo” (81). Entre os diversos papéis no cinema, destacam-se “Independência ou Morte” (72) e “E o Bicho Não Deu” (58).

Sempre foi considerado uma figura polêmica no meio artístico, envolvendo-se em inúmeros episódios que sempre repercutiram amplamente nos jornais. Imperial foi preso na fase da ditadura militar por causa de um cartão de Natal, onde aparecia sentado num vaso sanitário.

Em sua última aparição pública, apresentou para toda a nação a sua nova namorada, a linda Amazonense Jana, de apenas 14 anos. Na época Imperial tinha 42 anos a mais que a moça.

Carlos Imperial ganhará um livro que irá retratar a sua grande obra. “Dez! Nota Dez!” será escrito por Nelson Motta, escreveu a biografia de Tim Maia. O título fará menção ao modo que Imperial lia as notas das escolas de samba na apuração do carnaval carioca. O livro conta com a pesquisa de Denilson Monteiro.

Imperial foi vítima de uma doença rara: a miastenia gravis. Após operaração para retirada do timo, não resistiu e faleceu, em 04 de novembro de 1992, no Rio de Janeiro, aos 56 anos de idade.

Fontes: Sites "Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro", Blog Malditos Filmes Brasileiros; Wikipédia

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