sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Clóvis Bornay

(Nova Friburgo/RJ, 10/1/1916 ****** Rio de Janeiro/RJ, 9/10/2005)

Clóvis Bornay foi um museólogo, carnavalesco, cantor e ator brasileiro, idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1937.

Era o mais novo dos doze filhos de mãe espanhola e pai suíço, um dono loja de joias em Nova Friburgo.

Na sua juventude, durante a década de 1920, descobriu no carnaval sua grande paixão. Começou sua carreira em 1937, quando conseguiu convencer o diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo dos bailes de Veneza. Estreou neste ano com sua fantasia intitulada "Príncipe Hindu" e obteve o primeiro lugar.

Passou a desfilar também nas Escolas de Samba, sendo célebre a fantasia em homenagem a Estácio de Sá, no desfile de 1967, quando a cidade comemorava seu quarto centenário de fundação.

Tornou-se um dos mestres em fantasias de Carnaval e todo ano trazia novos elementos em suas fantasias, e acabava ganhando quase todos os concursos que disputava. Evandro de Castro Lima e Mauro Rosas eram seus rivais de salão. De tanto ganhar, acabou sendo declarado hors concours (concorrente de honra, não sujeito à premiação).

Trabalhou como museólogo no Museu Histórico Nacional e também em outras entidades culturais.

Foi carnavalesco das escolas de samba Salgueiro, em 1966, Portela em 1969 e 1970, Mocidade Independente de Padre Miguel em 1972 e 1973 e Unidos da Tijuca, em 1973. Com a Portela ganhou o campeonato de 1970 com o enredo "Lendas e mistérios da Amazônia" (que foi reprisado no desfile de 2004).

Introduziu inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada sendo conduzida do alto de um carro alegórico. Após isso, todas as demais escolas de samba copiaram e tornaram o quesito obrigatório. Ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), sempre participava dos desfiles carnavalescos como destaque. Embora sua carreira esteja justa e fortemente ligada ao carnaval do Rio de Janeiro, por diversas vezes desfilou no carnaval de São Paulo como destaque da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde.

Algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e são acervo de outros museus no exterior. Pela significação de seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário de Louisiana em 1964.

Recebeu a "Medalha Tiradentes" da ALERJ em 1966 dada a personalidades que tenham relevância cultural para o estado.

Foi também cantor, gravando marchinhas carnavalescas nos anos 60 e 70.

Em 1967, foi chamado para atuar no filme "Terra em Transe", de Glauber Rocha, contracenando com Paulo Autran. Também participou do filme "Independência ou Morte", de 1972. Atuou ainda, por um breve período, na Escolinha do Professor Raimundo, da TV Globo.

O vestido da estátua de Nossa Senhora da Glória do Outeiro era sempre, a todo dia 5 de agosto, trocada por outro feito por Bornay.

Era museólogo de profissão e também se notabilizou como jurado para os apresentadores de televisão Chacrinha e Sílvio Santos.

Figura lendária do bairro de Copacabana, era famoso por disseminar suas artes e mistérios entre seus vizinhos de prédio. Sendo seu pupilo e amante mais famoso o estiloso Leandro, até hoje praticante de seus ofícios. Juntos confeccionaram a lendária fantasia Esplendor do Amanhecer da Púrpura Morenidade Adolescente, que se encontra exposta no Hall da Fama da PG de SP.

Em Cabo Frio, Clóvis também fez escola, onde recrutava jovens humildes, porém com grandes potencias criativos. Clóvis, apesar de dar todo suporte e carinho que lhes era necessário, criava estas promessas não para si, mas para o mundo.

Às 15 horas do dia 9 de outubro de 2005, Clóvis deu entrada no Hospital Souza Aguiar, desidratado e com infecção intestinal. Apesar de medicado, acabou falecendo, aos 89 anos, de uma parada cárdio-respiratória.

Fonte: Wikipédia.

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