sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pedro Raimundo

Imaruí/SC, 29/6/1906 ******* Rio de Janeiro/RJ, 9/7/1973)

O autor de “Saudade de Laguna”, nascido na Praia Grande, em Imaruí, iniciou sua vida como pescador, há exemplo de outros milhares nascidos no litoral catarinense.

Filho de Maria Umbelina e João Felisberto, aos oito anos ganhou uma sanfoninha de oito baixos, e passou a se apresentar em festas da comunidade. Depois foi para Laguna trabalhar como balconista na loja “Novo Paraíso”, de propriedade de Paulo Calil.

Em Laguna, juntamente com Agenor e Manoel Bessa, integrou o Conjunto “Choro Chorado”, tocando e cantando valsas, modinhas, canções românticas e chorinhos.

Já no ano de 1928, mais quatro componentes entraram no Conjunto: Arnaldo Carneiro, Pedro Maria, Roberto Natividade e João Rosa, o Chicão.

Em 1929 Pedro Raimundo foi embora de Laguna, para Porto Alegre, trabalhar como condutor de bondes na empresa Carris, até 1932. Condutor era o responsável pela cobrança da passagem, enquanto o motorneiro guiava o veículo. Na empresa, ele integrou a Banda de Jazz formada exclusivamente por funcionários. Nos momentos de folga, fazia apresentações no mercado público da Capital gaúcha, e no Café Comercial, na esquina da rua Doutor Flores com Júlio de Castilhos.

Já no ano de 1935, Pedro Raimundo cantou no programa da Rádio Gaúcha “Campereadas”, de Lauro Rodrigues; indo em seguida trabalhar profissionalmente na Rádio Farroupilha, onde formou “O Quarteto dos Tauras”, que se apresentou até o ano de 1943.

Na então Capital do Brasil, Pedro Raimundo se apresentou nos programas “Hora do Pato”, de Héber Boscoli; “Aí vem o Pato”, de Jorge Cury; “Papel Carbono”, de Renato Murce; e nos programas de Manoel Barcellos, César de Alencar, Paulo Gracindo, Luiz Vassalo, Jararaca e Ratinho, Ari Barroso, Oduvaldo Cozzi e Aerton Perlingeiro, das Rádios Tamoio, Mayrink Veiga, Nacional, Clube e Tupi.

Apresentava-se sempre com sua gaita cromática xadrez, e vestimenta típica, como bombachas, lenço no pescoço, botas, esporas, chapéu e guaiaca, tornando-se conhecido como o "Gaúcho Alegre do Rádio".

“Tico-tico no terreiro” e “Adeus Mariana” são sucessos gravados no primeiro disco, de 78 rotações, gravado pela Continental, em 1943.

Neste mesmo ano gravou pela mesma Continental seu segundo disco, “Saudade de Laguna/Se Deus quiser”.

No ano de 1944 foi contratado pela Rádio Nacional para apresentações no Programa “Coisas do Arco da Velha”, com Floriano Faissal, Walter D’Ávila e Brandão Filho. Com isso projetou no país a figura do gaiteiro gaúcho, já que se apresentava pilchado, que vai influenciar Luiz Gonzaga a lançar o baião, em 1946, valorizando a cultura nordestina.

No início de 1948 fez vários shows em Belo Horizonte e Recife. Na capital de Pernambuco se apresentou ao lado de Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Nilo Chagas, Dora Lopes, Ari Cordovil e Claudinor Cruz. Já em 20 de junho do mesmo ano, estreou no Programa “Coisas que o Vento Levou”, na Rádio Globo, com a participação de Jorge Goulart, Francisco Carlos e Hebe Guimarães.

Em seguida partiu para uma excursão que o levou por várias cidades brasileiras, entre elas Manaus, Poços de Caldas, Fortaleza, Salvador, Caxias do Sul e São Borja. Nesta última se apresentou para o presidente Getúlio Vargas e João Goulart.

Em 1949 participou do filme “Luz na Estrada”, de Alberto Pieralise; e em 1958, do filme “Nobreza Gaúcha”, de Rafael Mancini.

Em 1950, foi capa da Revista do Rádio.

Em 1959, uma cirurgia no polegar da mão direita o deixou inativo por dois anos.

Em 1963 voltou ao sul, se apresentando em emissoras de Porto Alegre e sul catarinense, entre elas a Eldorado (Criciúma), Cruz de Malta (Lauro Muller), Difusora (Laguna), Diário da Manhã (Florianópolis).

Durante todo o ano de 1971 apresentou pela Rádio Gaúcha o programa “Pedro Raimundo”.

Em maio de 1973, a Câmara de Vereadores de Laguna concedeu-lhe o título de Cidadão Lagunense, que veio somar ao título de Cidadão do Estado da Guanabara, concedido pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, dois anos antes.

O cantor e compositor Pedro Raimundo morreu no Hospital do INPS, na Lagoa, no Rio de Janeiro, aos 67 anos.

Fonte: Blog do Valmir.

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