(Rio de Janeiro, 5 de abril de 1890 — Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1974)
O músico, compositor e violonista Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga, nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de abril de 1890.
O pai de Donga era pedreiro e tocador de bombardino e mãe, a famosa Tia Amélia, pertencia ao grupo das baianas da Cidade Nova, cantadeira de modinhas, festeira e mãe-de-santo.
Desde menino, Donga freqüentava a casa de Tia Sadata, no bairro da Saúde, onde desfilou no Rancho Dois de Ouro como "porta-machado", figurante que abria o desfile brandindo um pequeno machado, em uma dança parecida com a capoeira. Passou a infância entre ex-escravos e negros baianos, dos quais aprendeu o jongo, o afoxé e outras danças populares que serviriam de base para sua carreira musical.
Começou a tocar cavaquinho, de ouvido, e passou para o violão em 1917, tomando aulas com o grande Quincas Laranjeiras. Donga iniciou-se na composição - Olhar de Santa e Teus Olhos Dizem tudo --que anos depois teria letra de David Nasser -- são dessa época quando já era freqüentador das reuniões na casa de Tia Ciata, ao lado de Bucy Moreira, João da Baiana, Pixinguinha, Sinhô, Caninha e outros. Nessas reuniões, nasceu "Pelo Telefone" que Donga registrou como seu na Biblioteca Nacional, contestado pelo grupo que considerava a criação de caráter coletivo, por ser oriunda de partido-alto, em que todos improvisavam versos.
Influenciado por João Pernambuco, Donga fez parte do Grupo de Caxangá com o nome de guerra de Zé Vicente e, em 1919, convidado por Pixinguinha, integrou o conjunto Oito Batutas, de importância fundamental na história da música brasileira, estreando na sala de espera do cinema Palais.
Em janeiro de 1922, os Batutas se apresentaram durante seis meses em Paris com o nome de "Les Batutas". Ao retornar, o grupo atuou ainda na Argentina, onde gravou uma série de discos na Victor daquele país, antes de dissolver-se.
Donga passou a tocar violão-banjo, influência trazida da Europa, e, em 1926, integrou o grupo Carlito Jazz para acompanhar a companhia francesa de revistas Ba-Ta-Clan que se exibia no Rio de Janeiro. Com esse conjunto, Donga viajou outra vez à Europa. Quando voltou, em 1928, criou, com Pixinguinha, a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, eminentemente dançante responsável por gravações no selo Parlophon, da Odeon.
Em 1932, Donga atuou nos grupos Guarda Velha e Diabos do Céu, formados por Pixinguinha para gravações. Nesse mesmo ano, Donga casou-se com a cantora Zaíra de Oliveira, com quem viveu até a morte dela, em 1951.
Em 1940, Donga participou, com composições suas, da famosa gravaçao a bordo do navio Uruguai, feita por Leopold Stokowski, que colhia músicas sul-americanas para uma série de discos lançados nos Estados Unidos pela Columbia.
Donga casou novamente em 1953.
Morreu em 1974, no bairro de Aldeia Campista para onde se retirou como oficial de Justiça aposentado.
Fonte: História do Samba - Ed.Globo.
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