terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cyro Monteiro

(Rio de Janeiro/RJ, 28/05/1913 ******* Rio de Janeiro/RJ, 13/07/1973)

O cantor e compositor Cyro Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1913, na Estação do Rocha, sendo o quarto de nove irmãos, todos com nomes começados com "C".

Era sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto) e tio de Cauby Peixoto.

Cyro Monteiro passou a infância e a juventude em Niterói. Cantava em festas e rodas de amigos. Fazia dueto com seu irmão Careno, inspirados na dupla Sylvio Caldas-Luiz Barbosa.

Numa emergência, em 1933, já que conhecia todo o repertório deles, a pedido do próprio Sylvio, foi substituir Luiz Barbosa num programa da Rádio Educadora. Preferiu, porém, voltar a Niterói, e não desfazer a dupla com o irmão.

No ano seguinte, foi levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga. Aprovado, Cyro Monteiro foi escalado para um programa diurno, mas logo subiria para os noturnos, com Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros cartazes. Se Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha e Joel de Almeida foi seu seguidor, Cyro Monteiro descobriu na caixa de fósforo sua característica "instrumental".

Gravou seu primeiro disco na Odeon, para o carnaval de 1936, com sambas "Vê Se Desguia" e "Perdoa", sem maior repercussão, mesmo porque o ano foi concorridíssimo.

Em 1937, por encomenda, para promoção da festa da Uva de Jundiaí, gravou dois discos particulares na R.C.A. Victor. Finalmente, em meados de 1938, gravou o samba "Se Acaso Você Chegasse", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, que abriu o caminho para ele e Lupicínio. Era seu primeiro disco na R.C.A. Victor.

Depois de um curto período de afastamento, lançou pela CBS o LP "Senhor samba". Na ocasião foi incentivado por Paulo Marques e Roberto Corte Real, daquela gravadora. Voltou para a Rádio Mayrink Veiga na mesma época e começou a participar de programas de televisão. Em seguida gravou outro LP pela CBS, "Senhor samba", volume 2.

Em 1965, passou a atuar no programa "Bossaudade", da TV Record, apresentado pela cantora Elizeth Cardoso. Desse programa resultou um LP gravado pela Copacabana ao vivo, com o Regional de Caçulinha. No mesmo ano, participou em São Paulo, juntamente com Dilermando Pinheiro, do espetáculo "Telecoteco Opus nº 1", produzido por Sérgio Cabral. O espetáculo fez grande sucesso e acabou virando LP pela Phillips, do qual constavam as músicas: Alô, João, em parceria com Baden Powell; Minha palhoça, de J. Cascata; Emília, de Wilson Batista e Haroldo Lobo; Florisbela, de Nássara e Eratóstenes Frazão; e o samba Formosa, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, que ele havia lançado no programa "O fino da bossa", em 1965. Nesse programa, sua presença era constante, participando, ao lado de Elis Regina, de vários números que fizeram história.

Ciro Monteiro marcou época com sua voz, seu ritmo e sua capacidade de modular e improvisar. Ficou conhecido por sua grande simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. Sobre ele, Vinícius de Moraes escreveria: "Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho improvável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Ciro Monteiro. Pois Ciro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade."

Foi casado com a cantora Odete Amaral. Chamado de "Formigão" pelos amigos (recebeu o apelido do compositor Frazão) e de "O cantor das mil e uma fãs" por todos os seus admiradores. Era torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de quem até mesmo os "adversários" gostavam.

Faleceu dia 13 de julho de 1973, no Rio de Janeiro, com apenas 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem e coberto com as bandeiras rubro-negra, de seu clube, e por verde-e-rosa, da Estação Primeira de Mangueira.


Fontes: Sites Selo Revivendo; Samba-Choro; Cifra Antiga.

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