terça-feira, 27 de novembro de 2012

Neusa Maria

(Itália, 1923 ********* Rio de Janeiro/RJ, 13/2/2011).

Neusa Maria era o nome artístico da italiana Vasilíki Purchio. Filha de imigrantes italianos que se instalaram em São Paulo, começou a cantar muito cedo em apresentações que fazia para a vizinhança a partir dos doze anos de idade.

Já cantando como profissional ganhou os títulos de "Rainha do Jingle" e de "A Voz Doçura do Brasil". Adotou o nome artístico de Neusa Maria, por sugestão de Abílio Caldas, pois seu nome de batismo, Vasilíki, era de difícil pronúncia.

Destacou-se nas décadas de 1940 e 1950 através da interpretação de boleros, sambas e de jingles. Sua voz era sucesso garantido em jingles nesse período e essa vocação estendeu-se para os anos subsequentes.

Começou cantando em programas de calouros de rádio, incentivada pelos amigos. Estreou em meados de 1942, no programa de Gabus Mendes da Rádio Record paulista, recebendo na ocasião o primeiro lugar.

Ainda no início da década de 40 teve o primeiro contato com Abílio Caldas. Abílio era representante comercial da loja que trabalhava e também era radialista. Ele encantou-se com a voz de Neusa e levou-a para cantar na rádio Cruzeiro do Sul, devido a insistência dos colegas de trabalho. O sucesso foi estrondoso e Neusa acabou sendo contratada para trabalhar na rádio Tupi paulista.

Em 1943 recebeu o título de "A Estrela do Ano" num concurso que reuniu vários artistas do cenário musical de São Paulo. Em 1945 foi ao Rio de Janeiro para fazer sua primeira gravação na Continental. Nessa ocasião conheceu César de Alencar que a levou a Renato Murce para um teste, o que lhe garantiu um contrato com a Rádio Clube do Rio de Janeiro. Quando César transferiu-se para a Rádio Nacional, Neusa o acompanhou, permanecendo nos quadros da emissora por longos anos.

Seu primeiro sucesso foi "Eu sei que ele chora", baião de Nestor de Holanda e Ismael Neto. Depois gravou "Arrivederci Roma", "Nunca jamais", "Siga", 'Molambo", "Murmúrios", "Gondoleiro" e "Picolísima serenata".

Foi eleita "A melhor cantora do rádio de 1956", em pesquisa feita pelo Clube do Disco e "A melhor cantora do rádio de 1957", em pesquisa realizada pela célebre "Revista do Rádio", quando seus discos entravam com freqüência em todas as paradas de sucesso da época.

Recebeu o troféu Disco de Ouro de "O Globo" em 1956. Gravou dois discos pela Continental, 23 pela Sinter entre 1950 e 1957, 10 pela RCA Victor entre 1958 e 1960. Gravou ainda pela CBS e pela Star.

Seus maiores sucesso foram: "Caixa postal zero zero", "Quisera", "Olhos traidores", "O tempo marcou", "Siga", "Nos teus lábios", "Eu não sei o que será" e "Murmúrios". Lançou pela Sinter os LPs "As favoritas de Haroldo Eiras" e "Neusa canta para os que amam".

Fez participação em alguns filmes da antiga Companhia Atlântida Cinematográfica, atuando em filmes como: "Barnabé, Tu és Meu" e "Fogo na Roupa".

Na década de 60, por "questões emocionais", segundo a família, começou a achar que não tinha mais voz e encerrou a carreira.

Abriu uma confecção de moda praia, que durou até os anos 80. Depois, para passar o tempo, ficava à máquina de costura, fazendo roupas que doava á crianças carentes.

Falava pouco sobre os tempos de cantora e perdera as próprias gravações, depois de um vazamento de água em casa. O pesquisador musical Rodrigo Faour copiou os discos para ela em cd.

Apesar do desapego com o passado, continuava fã de música (e de Roberto Carlos).

Neusa morreu aos 87 anos, após uma parada cárdiorespiratória. Teve duas filhas, três netos e bisneto. O enterro aconteceu na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: mpbcifrantiga2.blogspot.com

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