terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nora Ney

(Rio de Janeiro/RJ, 20 de março de 1922 — Rio de Janeiro/RJ, 28 de outubro de 2003)

A cantora Nora Ney, nome artístico de Iracema de Sousa Ferreira, nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1922.

Nasceu no bairro carioca de Olaria, na Rua Angélica Mota, nº 34, filha de Dárcio Custódio Fereira, funcionário da Câmara dos Deputados. Aos oito anos foi matriculada num grupo escolar em Olaria e mais tarde formou-se em Contabilidade pelo Instituto Rui Barbosa.

Aprendeu a tocar violão sozinha e, para incentivá-la, seu pai a presenteou com o instrumento. Familiarizava-se com o mundo da música frequentando assiduamente programas de rádio e de auditório.

Ao lado de Maysa Matarazzo, Ângela Maria e Dolores Duran, consagrou-se como uma das maiores intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 30). O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 50, em 1957.

Casou-se em fins da década de 1940 e desta união teve dois filhos, Vera Lúcia e Hélio. O casamento não a fez feliz, pois o marido, Cleido, passou a agredi-la em brigas constantes. Depois de alugar e mobiliar um apartamento em Copacabana, com suas próprias posses, acumuladas com seu trabalho como cantora, deixou o marido, que passou a ameaçá-la de morte. Logo depois entrou com uma ação de desquite litigioso, da qual saiu vitoriosa. Um dia, declararia: "Nunca tive ódio dele, apesar das surras que me deu e de tudo quanto me fez passar". Depois de separada, passou a viver com o cantor Jorge Goulart, uma longa e definitiva união, que, segundo ela, foi seu "grande amigo nos dias difíceis e o companheiro fiel dos dias de glória".

Com um timbre grave, começou a carreira em 1950 e, em 1953, já era uma das grandes divas do rádio, interpretando Dorival Caymmi, Noel Rosa, Ary Barroso, entre outros. Em 1952 gravou pela Continental seu primeiro LP, Menino Grande.

Em 1961 submeteu-se a uma plástica de nariz. Costumava dizer: "Meu nariz nasceu errado". Em 1963, sua filha, Vera Lúcia, foi eleita Miss Brasil. O filho, Hélio, estudou na França e, segundo Nora, "é um bom baterista". Por conta de sua atuação política juntamente com Jorge Goulart no Partido Comunista, teve que se auto exilar após o golpe militar de 1964.

Em 1979, passou por sérios problemas de saúde por conta de um câncer na bexiga, do qual se recuperou.

Em 1989, faz parte do grupo "As Eternas Cantoras do Rádio", dividindo o palco com as companheiras de microfones da fase áurea da radiofonia, Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti, Zezé Gonzaga, Rosita Gonzales e Ellen de Lima.

Em 1992, depois de 39 anos de vida em comum, casou-se com o cantor Jorge Goulart. Meses depois, quando se apresentava em um show no Fluminense (clube carioca), sofreu um acidente vascular cerebral, que lhe deixou seqüelas, impedindo-a de voltar aos palcos. Continuou residindo no Rio de Janeiro com seu companheiro, Jorge Goulart.

Faleceu em hospital do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, em 20 de outubro de 2003, vítima de falência múltipla dos órgãos devido a câncer generalizado provocado por efizema pulmonar. Seu viúvo, Jorge Goulart, programou um espetáculo em sua homenagem para o fim de 2003 no Teatro João caetano.


Fontes: Site Dicionário Cravo Albin de MPB; Wikipédia; MPB Net.

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