terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nelson Gonçalves

(Santana do Livramento, RS, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, RJ, 18 de abril de 1998)

O cantor Antônio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, nasceu em Santana do Livramento, RS, em 21 de junho de 1919.

Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com 65 milhões de unidades, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com oitenta milhões. Seu maior sucesso foi a canção "A Volta do Boêmio".

Nascido no Rio Grande do Sul, mudou-se com os seus pais portugueses para São Paulo, no bairro do Brás, quando ainda com apenas 6 dias de vida.

Quando criança, era levado para praças e feiras pelo seu pai que, se fazendo de cego, tocava violino, enquanto Nelson Gonçalves cantava.

Gago, o garoto ganhou logo o apelido de Metralha, pois falava cuspindo as palavras como uma metralhadora. Durante esse tempo foi jornaleiro, engraxate, mecânico, polidor e tamanqueiro. E é com o apelido de Metralha que muda-se para Taubaté e se torna boxeur. Com 17 anos recebe a faixa de Campeão Paulista dos Meio-Médios, após vencer 24 lutadores por nocaute e ter perdido apenas duas vezes, por pontos. Foi então estudar canto acadêmico por seis anos com o maestro Bellardi que lhe explicou que não era gago, era taquilárico (do grego takimós: respiração curta, acelerada). E foi o maestro que lhe aconselhou a ser cantor popular.

Como Antonio não era um nome sonoro, os amigos do Brás lhe sugeriram Nelson, mais melodioso. Fez um teste e foi reprovado - na hora de cantar a voz não saia, e Nelson emudeceu. Na semana seguinte nova tentativa, dessa vez um sucesso, cantando a mesma música que tentara na semana anterior, Chora Cavaquinho, de Dunga. Contratado pela PRA-5, Nelson Gonçalves casou-se com Dona Elvira Molla, com quem tem dois filhos. Com a guerra, a rádio promoveu cortes em massa, e Nelson perdeu o emprego, indo trabalhar como garçom.

Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo, aos dezesseis anos de idade, o título de Campeão Paulista.

Em uma de suas primeiras bandas teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente, foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois.

Naquela época, casou-se com Elvira Molla e com ela teve dois filhos. Sem emprego, trabalhou como garçom, no bar do seu irmão, na avenida São João.

Seguiu para o Rio de Janeiro, em 1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso que o aconselhou a desistir. Finalmente, em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana, do Hotel Copacabana Palace, e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.

Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram "Maria Bethânia" (Capiba), "Normalista" (Benedito Lacerda / Davi Nasser), "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Renúncia" (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem "Última Seresta" (Adelino Moreira / Sebastião Santana), "Meu Vício É Você" e a emblemática "A Volta do Boêmio" (ambas de Adelino Moreira).

Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar no Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall.

Em 1952, casou-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento durou até 1959.

Em 1965, Nelson Gonçalves casou-se pela segunda vez com Maria Luiza da Silva Ramos, com quem teve dois filhos, Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. A caçula tem seu apelido no refrão da música "Até 2001". ("É no Gogo Gugu).

No entanto, o seu envolvimento com a cocaína, em 1958, provocou sua prisão em flagrante em 1965. Nelson Gonçalves passou um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco "A Volta do Boêmio nº1", um grande sucesso.

Após abandonar o vício com o apoio de sua mulher, retomou uma carreira bem sucedida.

Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda).

Nelso Gonçalves ganhou o prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley outro agraciado.

Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.

Morreu de parada cardíaca no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1998.

Na década de 90, foi encenado nas principais capitais do país o musical "Metralha".

Em 2001, foi lançado o documentário Nélson Gonçalves, contando a sua trajetória, com direção de Elizeu Ewald e protagonizado por Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, tendo a sua filha Margareth Gonçalves como produtora executiva.

Fonte: Sites Wikipédia; MPB Net.

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