terça-feira, 27 de novembro de 2012

Jacob do Bandolim

(Rio de Janeiro/RJ, 14 de fevereiro de 1918 — Rio de Janeiro/RJ, 13 de agosto de 1969)

Jacob Pick Bittencourt era filho único, do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick, morava na casa de n° 97, da Rua Joaquim Silva, na Lapa, onde, sem ter muitos amigos e com restrições para ir brincar na rua, costumava ouvir um vizinho francês cego tocar um violino.

E esse foi o seu primeiro instrumento. Ganhou-o da mãe aos 12 anos, mas, por não se adaptar ao arco do instrumento, passou a usar grampos de cabelo para tocar as cordas. Depois de várias cordas arrebentadas, uma amiga da família disse; "..o que esse menino quer é tocar bandolim..". Dias depois, Jacob ganhou um bandolim, comprado na Guitarra de Prata. Era um modelo "cuia", estilo napolitano, e que segundo o próprio Jacob: " ...aquilo me arrebentou os dedos todos, mas eu comecei...".

Não teve professor, sempre foi autodidata. Tentava repetir no bandolim trechos de melodias cantaroladas por sua mãe ou por pessoas que passavam na rua. Aos 13 anos, da janela de sua casa, escutou o primeiro choro, É DO QUE HÁ, composto e gravado por Luiz Americano. Era tocado no prédio em frente, onde morava uma diretora da gravadora RCA. "Nunca mais esqueci a impressão que me causou", afirmaria Jacob, anos mais tarde.

Raramente saia à rua. Seu negócio era ir a escola e tocar o bandolim. Freqüentava, após a volta das aulas, a loja de instrumentos musicais Casa Silva, na rua do Senado, n° 17, onde ficava palhetando os bandolins.

Um dia, um senhor, que tinha ido levar o violão para consertar, ouviu Jacob tocar e se interessou. Deu-lhe um cartão para que se apresentasse na Radio Phillips. Quando leu o cartão, Jacob ficou surpreso. O convite fora feito pelo famoso clarinetista Luiz Americano, compositor e intérprete do primeiro choro que tinha ouvido. Jacob chegou a ir com um amigo violonista a porta da emissora mas, talvez por não se considerar ainda preparado, desistiu e rasgou o cartão.

Em 20.12.33, se apresentou pela primeira vez, ainda como amador, na Rádio Guanabara, com um grupo formado por amigos, o Conjunto SERENO. Apresentou o choro "Aguenta Calunga", de autoria de Atilio Grany, flautista paulista, gravado pelo autor naquele mesmo ano. Jacob não gostou do seu desempenho e resolveu praticar mais. Nessa época, ainda tocava de ouvido.

Certa vez, na mesma Casa Silva, um conhecido intérprete de guitarra portuguesa, Antonio Rodrigues ouviu Jacob tocando violão. Provavelmente, os baixos acentuados da levada "chorona" do jovem violonista impressionaram o fadista, que o convidou para acompanhá-lo ao violão em suas apresentações.

Em 05.05.34, Jacob se apresentou no Programa Horas Luzo-Brasileiras, na Rádio Educadora e no mesmo dia à noite, no Clube Ginástico Português, ao lado do guitarrista Antonio Rodrigues e dos cantores de fado Ramiro D' Oliveira e Esmeralda Ferreira. Jacob ficou surpreso com o interesse dos fadistas por seu violão. Além disso comparecia a saborosas bacalhoadas e conheceu famosos artistas portugueses como a cantora Severa e o guitarrista Armandinho. Boa comida, reconhecimento, experiência, mas nada de cachê. A fase fadista durou pouco. O bandolim chamava por Jacob.

Ao tomar a decisão que o bandolim "era o seu negócio" e nele se concentrar, Jacob, nesse momento, iniciava a sua carreira radiofônica. Segundo ele, sem pretensões profissionais, se inscreveu e venceu, em 27.05.34, o Programa dos Novos, na Rádio GUANABARA, organizado pelo Jornal O Radical, derrotando 28 concorrentes e recebendo nota máxima de um júri composto, dentre outros, por Orestes Barbosa, Francisco Alves e Benedito Lacerda.

O sucesso foi tanto que Jacob foi contratado pela Rádio, passando a se revezar com o já famoso grupo de Benedito Lacerda, o Gente do Morro, no acompanhamento dos principais artistas da época, dentre eles, Noel Rosa, Augusto Calheiros, Ataulfo Alves, Carlos Galhardo, Lamartine Babo. Em conseqüência, seu grupo, que era formado por Osmar Menezes e Valério Farias "Roxinho" nos violões, Carlos Gil no cavaquinho, Manoel Gil no pandeiro e Natalino Gil no ritmo, passou a se chamar “Jacob e sua gente”.

A partir dai, tornou-se "habitue" das ondas radiofônicas, ganhando cachês e se apresentando em praticamente todas as estações de Rádio; Cajuti, Fluminense, Transmissora (atual Rádio Globo), Mayrink Veiga, onde atuava no famoso Programa do Casé e Rádio Ipanema, que posteriormente se tornou Radio Mauá e onde Jacob ganhou um programa só seu.

Sua atividade era tal que chegou a tocar varias vezes, num mesmo dia, nas Rádios Educadora (nas 3 sedes, nas ruas 1º de Março, Senador Dantas e Marques de Valença), Rádio Clube do Brasil e Rádio Sociedade, que ficavam próximas, no Centro do Rio.

De 1955 a 1959, foi contratado pela Rádio Nacional onde se apresentava com o Regional de César Moreno, composto por Arthur Duarte (violão sete cordas), César Moreno (violão de seis cordas), Índio (cavaquinho) e Luna (pandeiro). Retornou anos depois, quando marcou época com o programa Jacob do Bandolim e seus Discos de Ouro, que ficou em cartaz até o seu falecimento, sendo que o último programa, gravado na véspera, não chegou a ir ao ar.

Em 11.05.1940, Jacob se casou com Adylia Freitas, sua grande companheira para toda a vida. Em 03.02.1941, nasceu Sergio Freitas Bittencourt, que se tornaria compositor e jornalista, tendo atuado como jurado, por vários anos, no Programa Flávio Cavalcante,e em 08.04.1942, chegou Elena Freitas Bittencourt, que Jacob adorava, sendo um verdadeiro pai-coruja e que se tornou cirurgiã - dentista.

Os primeiros anos foram difíceis, pois os cachês de rádio não eram suficientes para o sustento do casal. Foi quando se revelou a profunda amizade e o apoio do violonista e histórico compositor Ernesto dos Santos - o Donga - e de sua esposa a cantora Zaira de Oliveira pelo casal Bittencourt. Apoio pessoal e material que veio em boa hora, pois, segundo Elena, sua mãe costumava comentar que "...eles mataram nossa fome algumas vezes...".

Mais experiente e conhecedor das dificuldades da profissão, Donga convenceu Jacob a prestar concurso público, idéia que o bandolinista abraçou, pois sempre pretendeu alcançar uma estabilidade que lhe permitisse realizar seus saraus e desenvolver sua arte sem ser obrigado a acompanhar cantores e calouros eternamente, isso somado ao temor de perder sua independência em virtude das pressões das gravadoras e dessa forma, por não querer fazer concessões à industria fonográfica, Jacob prestou concurso, sendo nomeado Escrevente Juramentado da Justiça do Rio de Janeiro, mas continuou tocando bandolim, cada vez mais.

Na década de 40, o Regional de Benedito Lacerda ocupava o posto de conjunto de maior popularidade e Jacob dividia o tempo entre o Tribunal e a música, onde sua atividade principal era tocar em rádios, principalmente acompanhando calouros. Porém, em 1941, a convite de Ataulfo Alves, participou das gravações, Leva Meu Samba (Ataulfo Alves) e a famosa Ai, que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves e Mário Lago).

Em 1947, Jacob lança pela gravadora Continental, seu primeiro disco como solista, um 78 rpm, com um choro de sua autoria, TREME-TREME e a valsa GLÓRIA, de Bonfiglio de Oliveira, fazendo grande sucesso. Foi acompanhado por um grupo de músicos que com ele tocavam nas rádios e que ficou registrado no rótulo do disco como sendo CÉSAR E SEU CONJUNTO, integrado por César Faria e Fernando Ribeiro, violões; Pingüim, cavaquinho e Luna, pandeiro.

Nesses quatro primeiros discos em 78 rpm gravados pela Continental, Jacob é acompanhado pelo grupo liderado por César Faria, sendo que com a saída de alguns integrantes originais, também participaram dessa série de gravações, Jessé (violão); Canhoto, Elias (cavaquinho) e Alberto (pandeiro).

Em 1949, é contratado pela RCA VICTOR, onde permaneceu até o final se sua carreira. Gravou cinqüenta e dois discos em 78 rpm, 12 LP`s, sendo dois ao vivo, e diversas participações em discos de outros artistas e coletâneas. Gravou ainda um LP pela CBS. De 1949 a 1951 gravou com os músicos da Rádio Ipanema, sempre com a presença de César Faria. A partir de março de 1951 até março de 1960, foi acompanhado pelo Regional do Canhoto. Nesse período, em algumas gravações, Jacob foi acompanhado por orquestras.

Entre o final de 1956 e 1958, Radamés Gnatalli escreveu RETRATOS, uma suíte para bandolim, orquestra e conjunto regional, onde homenageou, em cada movimento, um dos quatro compositores que considerava geniais e fundamentais na formação da nossa música instrumental: Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga.

Como se revelasse uma fotografia musical extraída da alma de cada um dos quatro homenageados, Radamés traz no primeiro movimento um Choro baseado em Carinhoso, no segundo, uma Valsa a partir de Expansiva, no terceiro, um Schottisch lembrando Três Estrelinhas e no quarto movimento, um Maxixe "a la" Corta Jaca. Uma obra de rara beleza e que exigia um solista sensível e com conhecimento musical. Radamés dedicou RETRATOS a Jacob que para executá-la foi obrigado a aprofundar seus estudos de teoria musical, que havia iniciado em 1949, e para isso contou com a ajuda de Chiquinho do Acordeon (Romeu Seibel) e com a sua própria obstinação.

Jacob registrou em seu gravador a estréia radiofônica de Retratos interpretada por Chiquinho, na Rádio Nacional, no final dos anos 50 e a partir daí estudou a obra continuamente para enfim gravá-la em fevereiro de 1964. Em maio do mesmo ano, Jacob escreve uma carta a Radamés para confessar que "...valeu estudar e ficar dentro de casa o Carnaval de 64, devorando e autopsiando os mínimos detalhes da obra...", .Jacob que começou tocando "de ouvido" e era fanático por ensaios, revelava agora uma nova face, o de musico estudioso. Em agosto de 64, Jacob fez a primeira audição pública de Retratos, acompanhado pela Orquestra da CBS, no saguão do Museu de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Retratos foi um salto de qualidade na carreira de Jacob e na música brasileira. Com a fusão perfeita entre a linguagem camerística e a popular, Radamés inaugurou uma nova dimensão no Choro que, entretanto, só amadureceria cerca de 20 anos depois.

Em 1955, Jacob foi convidado pela TV-Record/ SP para organizar um "especial de Tv" , um programa de Choro que se chamaria Noite dos choristas. Tal foi o destaque que a TV Record escalou o principal apresentador da casa, Blota Junior, como mestre de cerimônia, tendo o programa ido ao ar, em 12.05.1955.

Jacob percebendo a importância de ter um programa ao vivo num dos principais canais de TV do país, convidou grandes chorões, encabeçados pelo mestre Pixinguinha, com quem tocou ao vivo no programa, acompanhados pelo regional da Tv. Record, mas guardou um trunfo para o encerramento. Colocou no palco aquele que seria o maior regional de todos os tempos, com cerca de 70 de músicos amadores.

O sucesso foi tanto que em 1956 a TV-Record realizou a 2ª Noite dos choristas. Empolgado com a repercussão do mega regional do primeiro programa, elogiado pelos maestros Pixinguinha e Guerra Peixe, Jacob se superou e colocou no palco um regional ainda maior, com 133 integrantes, assim distribuídos: 17 bandolins, 14 acordeons, uma flauta, um pífano, um saxofone alto, um trombone, 4 violinos, 4 violões tenores, 18 cavaquinhos, um serrote, 40 violões, 5 ritmistas e 3 baterias. O grande bandolinista Isaias Bueno, então com 19 anos, foi um dos destaques nas duas noites.

Infelizmente, segundo informações da TV Record, o vídeo tape dessas duas noites foi destruído. Não sabemos se pelo fogo do incêndio ou pela ignorância de certos executivos que constantemente reutilizavam fitas de programas passados para novas gravações. O único registro que restou, além de algumas fotos, foi o áudio gravado pelo próprio Jacob numa fita de rolo, hoje parte integrante do Arquivo do Jacob.

A importância e o respeito por Jacob no meio musical o levou a se apresentar em todas as grandes emissoras de TV da época: Record, Rio, Excelsior, Tupi e Globo.

No final dos anos 50, Jacob ainda gravava com o Regional do Canhoto, mas tinham dificuldades de se reunir para ensaiar em função da agenda lotada do grupo que era disputado por todos os grandes cantores. A última participação do Regional do Canhoto com Jacob foi no LP "NA RODA DE CHORO", gravado em março de 1960. Na sua concepção, Jacob necessitava de um grupo de músicos que o acompanhasse e que com ele se reunisse quando necessário. O novo grupo de músicos, criado ao seu feitio e com o caráter de grupo exclusivo, participava regularmente dos saraus realizados aos sábados em Jacarepaguá é era formado por DINO 7 CORDAS, CÉSAR FARIA e CARLOS LEITE (violões), JONAS SILVA (cavaquinho) e GILBERTO D’ÁVILA (pandeiro).

Com eles, Jacob gravou dois LP`s, “CHORINHOS e CHORÕES” (1961) e “PRIMAS e BORDÕES” (1962), com os nomes de Jacob e seu Regional e Jacob e seus Chorões, respectivamente. Em 1966, Jacob, que afirmava já ter ultrapassado a fase "regional" batizou esse grupo com o nome de CONJUNTO ÉPOCA DE OURO, gravando com eles o LP “VIBRAÇÕES (1967), com a participação de JORGE JOSE DA SILVA, o “Jorginho do Pandeiro" e o lendário show com ELIZETH CARDOSO e o ZIMBO TRIO, no Teatro JOÃO CAETANO (1968)”.

Uma curiosidade é que três dos cinco integrantes ÉPOCA DE OURO, à exemplo de Jacob, além de excelentes músicos, eram também funcionários públicos: César tornou-se Oficial de Justiça; Carlinhos era Agente Fiscal e Jonas, funcionário público em Niterói, o que certamente lhes permitia um maior contato com Jacob.

Em 1949, já residindo em Jacarepaguá, na Rua Comandante Rubens Silva, 62, Freguesia, Jacob passou a realizar grandes saraus que contatavam na platéia com a presença de grandes nomes da política, artes e jornalistas que lá iam ouvir nomes como Dorival Caymmi, Elizeth Cardoso, Serguei Dorenski, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Hermínio Bello de Carvalho, Canhoto da Paraíba, Maestro Gaya, Darci Villa-Verde, Turíbio Santos e Oscar Cáceres (violonista uruguaio).

Segundo Hermínio Bello de Carvalho, assíduo participante dessas reuniões musicais :

"..... quem participou de seus célebres saraus, tornou-se não apenas um ouvinte privilegiado das noites mais cariocas que esta cidade já conheceu, mas um discípulo sem carteira de um Mestre que não sonegava lições, que fazia questão de repassá-las nas inúmeras atividades que exercia - inclusive como radialista.

Proclamava não ser professor e, por isso, não ter formado alunos. Ignorava que, ao morrer, deixaria não apenas uma escola, mas uma universidade aberta a todos que um dia iriam estudar o gênero a que se dedicou com rara e profícua eficiência. Sua casa em Jacarepaguá era uma permanente oficina musical, onde reunia a nata dos chorões cariocas, proporcionando a eles o convívio com músicos de outros Estados, de quem fazia questão de registrar as obras para posterior divulgação. Canhoto da Paraíba, Rossini Ferreira, Zé do Carmo, Dona Ceça e outros autores-instrumentistas eram recepcionados e hospedados em sua casa, num gesto de ampla generosidade por quase todos, reconhecido.

Recebia também artistas internacionais do porte de Maria Luisa Anido, Sergei Dorenski e Oscar Cáceres em saraus memoráveis...."

Além de ser um instrumentista próximo a perfeição, Jacob também era um incansável pesquisador, responsável pelo resgate e preservação da obra de vários mestres, tais como ERNESTO NAZARETH, CANDINHO do TROMBONE e JOÃO PERNAMBUCO.

Tal era a sua preocupação por preservar tudo que se relacionasse com a música brasileira, particularmente, o Choro, que Jacob, que era fotógrafo premiado e dominava a fundo a técnica de revelação fotográfica, chegou a microfilmar milhares de partituras para ganhar espaço e qualidade de preservação.

Com milhares de peças, incluindo discos, partituras, fotos e matérias jornalísticas ficou conhecido como “O ARQUIVO DO JACOB”, e foi incorporado em 1974 ao acervo do MUSEU DA IMAGEM E DO SOM/RJ.

Além desse acervo, foram também incorporados dezenas de microfilmes de partituras feitos por Jacob. Esses filmes, que ficaram guardados de forma inadequada, por mais de 30 anos, foram reencontrados em agosto/2002, no fundo de uma gaveta de um arquivo no MIS, quando da visita de diretores do Instituto Jacob do Bandolim. A maioria estava em estado irrecuperável.

Além de seu zelo e obstinação, Jacob contou sempre com o apoio e a organização de sua esposa Adylia, grande companheira e responsável pela manutenção do arquivo, quando estava ainda em seu poder.

Em 19.03.67, foi concedida a Jacob, pelo Clube de Jazz e Bossa, a Comenda da Ordem da Bossa. Jacob ao chegar ao Teatro Casa Grande, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para receber a medalha, se espantou ao ver um público de jovens, diferente daquele que estava acostumado a ter em seus saraus em Jacarepaguá, chegando a pensar em não se apresentar. Convencido por amigos mudou de idéia e fez uma apresentação antológica, mas tomado pela emoção dos aplausos após interpretar Lamentos, de Pixinguinha, e enquanto iniciava os primeiros acordes de Murmurando, de Fon Fon, sofreu seu primeiro enfarte.

Sobre o episodio, Jacob afirmou "... para mim foi uma grande felicidade ter sido aplaudido pelos cabeludos, que compreenderam naquele instante a minha arte...".

No início de agosto de 1969, Jacob interrompeu uma estadia em Brasília onde estava se tratando com Dr. Veloso e retornou ao Rio de Janeiro para reassumir suas funções no Conselho de Música Popular do Museu da Imagem e do Som do RJ, onde ocupava a cadeira n° 22 e para retomar as gravações de seu programa de rádio na Rádio Nacional - Jacob e seus Discos de Ouro - um dos poucos programas especializados em choro e samba no rádio brasileiro, sempre transmitido as 23:30 hs.

O formato do programa fora idealizado pelo próprio Jacob. Com sua voz potente de locutor, Jacob antes de apresentar a música, sempre fazia comentários sobre fatos ligados ao interprete, compositor ou sobre a situação porque passava a música popular brasileira.

Nesse período, após os dois enfartes, por precaução, Adylia não permitia que Jacob saísse sozinho. Mas, no dia 13.08.69, uma quarta-feira, Jacob, que desde que havia retornado de Brasília insistia em ir ver Pixinguinha pois soubera que o amigo estava com problemas, resolveu ir a Ramos de qualquer jeito. Adylia que estava adoentada e não podia acompanhá-lo, relutou mas acabou concordando. Dentre outras coisas, Jacob queria acertar com Pixinga a realização de um velho sonho. A gravação de um disco só com músicas do velho mestre e com a renda revertida para ele.

Jacob passou a tarde com Pixinguinha e ao retornar para sua residência em Jacarepaguá, ainda dentro do carro sofreu o terceiro infarte, falecendo na varanda de sua casa, nos braços de Adylia, por volta das 19 hs.

Naquela semana, Jacob havia gravado na Rádio Nacional três programas que não chegaram a ir ao ar. No último, o de n° 244, que iria ao ar no dia 15, sexta feira, a fala de abertura foi dedicada ao relançamento pela gravadora Som de uma coletânea "É Bossa Mesmo" com músicas de Ataulfo Alves, então recentemente falecido.

Na oportunidade, Jacob saudou o lançamento, mas fez sérias críticas as gravadoras por não darem destaque aos artistas quando em vida e quererem faturar após a sua morte com coletâneas. Como se vê, tratou-se de um documento de incrível premonição, pois poucos dias depois, Jacob faleceria.

Aquilo que denunciou sobre Ataulfo, em seu último programa viria a acontecer com ele mesmo. Nos seus últimos cinco anos de vida, de 1965 até seu falecimento, em 1969, no auge de sua carreira, Jacob gravou em estúdio apenas um LP - Vibrações - , considerado por unanimidade o seu principal disco e um dos melhores discos instrumentais de todos os tempos. Após seu falecimento, até hoje, foram lançados cerca de 10 Lp's e 15 Cd's com o mestre do bandolim.

A obra de Jacob do Bandolim transcendeu em muito os limites da Rádio Guanabara, onde começou em 1934, com o conjunto Jacob e Sua Gente.

Anos se passaram, seus discos foram lançados, viajaram e foram sendo relançados no Japão, nos EUA. Músicos mundo afora veneram e interpretam seu repertório, seja na França, Venezuela, Egito, Rússia e Portugal, redesenhando as reais fronteiras da obra do nosso primo das cordas.

O pianista concertista russo Serguei Dorenski, que esteve em Jacarepaguá, na casa de Jacob, na década de 60, assistindo aos saraus que lá eram realizados, ao retornar a Moscou, ainda desconcertado, encontrou-se com Arthur Moreira Lima que por lá estudava piano e relatou o que vivera naquelas horas no reduto de Jacarepaguá. Arthur se comprometeu, então, em fazer chegar às mãos de Dorenski, os discos de Jacob.

Meses depois, em plena Moscou, um chorão carioca, o arquiteto e promotor cultural Alfredo Britto entrega ao pianista russo uma coleção de LP's de Jacob. Em poucos dias, a Rádio Moscou transmitia programas sobre um gênero desconhecido e distante, o Choro, apresentando um virtuoso interprete, que tirava sons incríveis de um instrumento que lembrava a balalaika, espécie de bandolim russo, de nome complicado de se pronunciar - Jacob do Bandolim. Assim, é obra de Jacob, sem fronteiras.

Em 2001, o MIS/RJ lançou, um CD multimídia, Com Jacob, Sem Jacob, pioneira experiência de registrar para os amantes da boa música, particularmente, para os distantes fãs que não podem freqüentar o Arquivo do Jacob, um pouco da sua obra doméstica, sons e curiosidades do seu cotidiano, seus requintados saraus e imagens do seu dia a dia, itens indispensáveis ao necessário e insubstituível culto que um fã devota ao seu ídolo, ou que um estudioso dedica a sua tese.

Uma pesquisa em um sitio de busca na Internet revelou 7.511 resultados a partir do nome Jacob do Bandolim, em todo o mundo.

A demanda por informações de Jacob transcende hoje em muito, aqui e no exterior, a oferta de dados sobre sua obra. Apesar de falecer em 1969, não foram localizados até hoje, registros seus em filme. Nenhuma imagem em movimento, restou de seus programas na TV, seja tocando o bandolim, ou simplesmente falando, com exceção de uma película de sete segundos, sem som, registrada na porta do MIS.

Jacob sempre perseguiu a perfeição da execução e a excelência na preservação da nossa música, sem, contudo ser um conservador. Municiava-se de recursos tecnológicos de ponta à época (anos 50), para obter resultados inovadores, na busca de novas sonoridades, ou para melhorar o registro de seus arquivos. Foi assim ao inventar instrumentos musicais, como o vibraplex (violão tenor ligado a um órgão Hammond), onde obteve um som parecido com os atuais sintetizados.

Da mesma forma, quando estudou, à fundo, a arte fotográfica, para poder microfilmar suas partituras, pois arquivos físicos não lhe bastavam, em se tratando de milhares de partituras a serem preservadas.

Hoje, são raras as rodas de choro onde não se ouvem as cordas de um bandolim, são raros os bandolinistas que não tem em Jacob sua referência musical e, principalmente, é raro o país que teve o privilégio de ter tido um Jacob do Bandolim.

"FILHO QUE RETRATA O PAI"


No dia em que Jacob estaria completando 60 anos (vivo fosse), o jornalista Jésus Rocha, de Última Hora, à época editor do “Segundo Caderno”, pediu ao filho, Sérgio, um depoimento sobre o pai. Ao correr da máquina, Sérgio Bittencourt, jornalista e compositor, escreveu comovente texto acerca da pessoa de Jacob do Bandolim. Eis o retrato que o filho hipersensível traçou do pai idem:

“Sou avesso a biografias, cronologias, datas, números, quando se trata de querer saber quem é quem, quem foi quem. Muito mais hoje, 14 de fevereiro de 1978, dia em que, se vivo estivesse, o cidadão Jacob Pick Bittencourt completaria, ao lado de poucos, porém, enquanto vivos, fiéis amigos — nada mais do que 60 anos de idade.

Filho de uma polonesa da cidade de Lodz, refugiada da Primeira Grande Guerra e de um pacato, quieto, injustiçado — até pelo filho — farmacêutico vindo de Cachoeiro do Itapemirim, o Sr. Francisco Gomes Bittencourt (lá ia eu esquecendo de registrar o nome “duvidoso” de minha avó paterna; a colônia de judeus a chamava de “Regina”. No registro estava Sra. Raquel Pick).

A bem da verdade, “Regina” era o chamado “nome de guerra”.

Jacob nasceu na maternidade de Laranjeiras, fruto de um descuido da polaca e do tranqüilo dono da farmácia Bittencourt, na Rua Uruguaiana, ao lado da “Casa Garson”. Nasceu e ficou nascido! Cresceu na Rua Joaquim Silva e na Avenida Gomes Freire.

Estudou no “Anglo-Americano”, depois de conhecer de perto e ser protegido em menino, por Miguelzinho, Edgar, Camisa Preta. Do “Anglo-Americano”, onde jogou basquete e não cantou o hino em homenagem ao Príncipe de Gales, preferindo, pela vez primeira, “bater gazeta”, o que lhe resultou fratura na perna em três partes, foi para o CPOR e trabalhou no arquivo do Ministério da Guerra.

Já tocava bandolim. Donga, mestre Donga, foi quem o convenceu a prestar concurso para a Justiça — cargo: “Escrevente Juramentado”. Passou em 13º lugar. Na ordem de classificação, vindo de fora, obteve a 1ª colocação. Afinal estava na hora, mulher, dois filhos, sendo um deles, o mais velho, portador de hemofilia, o jeito foi meter a cara nos livros e ir para a grama da Quinta da Boa Vista, onde minha mãe lhe tomava os pontos e com muito amor, ternura e subserviência, lhe preparava lautos sanduíches de pão com pão!...

Nem para uma rapinhada de manteiga, dinheiro havia. Havia, sim: garra. De ambos. Dois filhos, uma vontade de responder ao mundo mais ou menos nestes termos:
– Nasci de uma aventura, cresci no meio do lixo, conheci o lixo, não vivi dele, meu velho pai era quem pagava tudo e eu não sabia, ou tocador de bandolim, artista de rádio ou marginal, como querem, mas, um dia vou ser a lei. E foi.

Embora filho da velha polonesa resmunguenta, que amava mais o papagaio de estimação do que o próprio chamado "fruto do seu pecado" — no caso ele — Jacob só fez lutar, na vida. Eu seria mais franco se dissesse — e vou dizer: Jacob só fez brigar na e pela vida. Minha avó paterna, doce criatura para os netos e o marido, massacrou-o bastante. Ele resistia por amor. Adília Freitas Bittencourt, sua mulher, era tudo para ele — menos na música. Ele era a criatividade. Ela, o artesanato. Sabia de todas as suas preferências: arroz, muito arroz, bife e batatas fritas. Doces, todos os doces.
Pegou-o pelos beiços e soube segurá-lo até o dia 13 de agosto (sempre insano agosto!), de 1969, quando dirigindo sozinho seu carro, Jacob chegava à sua casa, em Jacarepaguá, vindo da residência de um de seus poucos ídolos, Pixinguinha, já ofegante, avisando que estava morrendo, sendo recostado pela mulher e o sogro no chão da grande varanda — onde morreria.

Eram 6 horas da tarde. Diagnóstico: infarto e edema pulmonar.

Já estava fumando seis maços de cigarros por dia. Fez de tudo para largar o único vício, de tratamentos psiquiátricos, até solenes sessões de macumba e hipnose. Nada adiantou. Não jogava, não bebia, em futebol seu time chamava-se “Zizinho Futebol Clube”. Fumava. Apenas.

Um temperamento puramente emocional. Chorava e xingava, numa fração de segundo. Quando ouvia um “acorde” bem feito ao violão, não se continha e gritava: – Bonito!!!

Amava, com a mesma força e sinceridade, seus dois pólos opostos: a Justiça onde chegou a Escrivão-Chefe da 11ª Vara Criminal e a Música; o estudo, a busca, a análise da genuína música popular brasileira.


Jacob do Bandolim Sempre nos amamos, com o amor sério e fiel de dois guerreiros, muitas vezes em trincheiras opostas.

O que fiz por ele, fiz e não digo. O que fez por e de mim, foi um tudo. Me lembro: jamais me mentiu. Era capaz de esbofetear um mentiroso, apenas pela mentira. Fosse de que gravidade.

Me lembro: Papai, vai doer? A perna toda roxa, a enfermeira da Santa Casa, ele: – Vai!

No dentista: – Muito, papai? Ele: – Bastante.

Repito e gosto de repetir: jamais me mentiu. Mas, nos momentos em que estive “cara a cara” com a morte, ele também não me mentiu. E, como nas outras ocasiões, não me mentiu, mas soube, sempre, me estender a mão. Quando eu agarrava, mordia, deixando naquelas mãos santas de datilógrafo e músico, as marcas incuráveis da minha dor.

De tudo que me ensinou, certo ou errado, hoje, dentro dos meus já então parcos e paupérrimos preconceitos, retiro, inapelavelmente, uma solução, uma saída, uma parada para pensar, um pouco de coragem para enfrentar, muita coragem para não “aderir” — na última das hipóteses, um sofisma, uma frase feita — estamos conversados!

Seus ídolos: Almirante, Orestes Barbosa, Noel Rosa, Nonô (pianista, tio de Cyro Monteiro e parente de Cauby), Bonfiglio de Oliveira, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Sinhô e Frei Fabiano, que passou a viver promiscuamente, com alguns “orixás”, dos mais respeitáveis que surgiam lá em casa para tentar dar um jeito nas três úlceras duodenais, na vesícula (que acabou extirpada), na hipertensão, que Dr. Manoel sempre agüentava, no “bico de papagaio”, da eterna suspeita de câncer, na doença incurável do filho.

Meu pai, em momento algum admitiu morrer. (Observem: seu ídolo, Pixinguinha, morreu dentro de uma igreja. Ele, na hora santa da “Ave Maria”. Não sei, não, mas a vida às vezes, nos mostra algum sentido.)

Estudou Ernesto Nazareth tanto, que agindo policialescamente, uma espécie de “Holmes Jacarepaguense”, provou, pericialmente, que o grande pianista e compositor suicidou-se, quando passeava pelas matas do sanatório da Taquara, num rápido e fatal estado de lucidez. Percebendo-se louco, deixou-se morrer afogado. Desta tese, meu pai não admitia nenhuma contrapartida.

Um dia apaixonou-se pela fotografia. Comprou todo o equipamento, ingressou na ABAF e concorreu com uma foto de uma máscara de ráfia com fumaça em 1º plano. Venceu. Era o que queria.

Não foi homem de botequins. Gostava do “ajantarado” dos sábados e domingos. Sempre naquela mesa. Regime: absolutamente patriarcal. Depois do almoço, ia dormir. O silêncio se fazia, debaixo de todos os medos.

E ensaiava. Ensaiava sempre, com seu conjunto, que, de repente, ele chamou de “Época de Ouro”. Além da sua genialidade, só deu à MPB Elizeth Cardoso — e precisava mais? — e esse menino, Déo Rian.

Sentia-se um pouco “guru” de pessoas como Sérgio Cabral, Hermínio Bello de Carvalho, Ricardo Cravo Albin, a quem respeitava muito, embora, como secretário do tal Conselho Superior de Música Popular Brasileira, discutissem sempre. Ricardo, verdade seja dita, “perdeu” a discussão com ele, apenas por uma simples, porém fatal, questão de tom de voz. Meu pai a tinha linda. Ele próprio, era lindo. Exatamente: um homem lindo. E sabia disto. O que lhe faltasse, talvez, em cultura, sobrava-lhe em inteligência e tirocínio e emoção. Algumas vezes esteve para morrer... diante do belo!

Era homem de saraus, que amanheciam. Incrível: “Escrivão Criminal”, respeitadíssimo na Justiça conseguia ser também, ladrão. Sim: ladrão! Ele sabia que você guardava um disco velho, daqueles da “Casa Edson do Rio de Janeiro”. Aí ele pedia para ele. Você não dava. Então, cismava que você deveria emprestar o disco para ele passar para a fita magnética. Você dizia “não”. Ele simplesmente, furtava. Em casa, no seu Arquivo, muito mais do que um santuário, passava pro gravador, para partitura, pro microfilme e devolvia. Quando devolvia, sejamos sinceros.

Ah, sim outros ídolos: — Radamés Gnattali, Paulo Tapajós, João Pernambuco, Capiba, Luiz Vieira. Detestava o Carnaval: não perdia um desfile de frevos! Vibrava. Chegou a compor e gravar alguns. Dormia cedo, para acordar de madrugada e se enfurnar no seu Arquivo. Ali, era a “Toca do Leão”. Lá conviviam, em perfeita harmonia, seus sonhos e realidades; suas buscas e certezas; seus mortos e vivos.

Suas duas manoplas, tanto serviam para batucar, numa ligeireza fantástica, a máquina de escrever durante o interrogatório (odiava ladrão), como para criar um som que nunca foi de bandolim. Foi dele.

O que Luperce Miranda fazia com estrondosa agilidade, ele fazia com humildade e sentida emoção. Tocava de olhos fechados, apertando o minúsculo e pobre instrumento contra o peito. Muitas vezes, chorou tocando. Ou melhor: sempre tocou chorando.

Admirava a cultura musical de Lúcio Rangel e de Tinhorão. Era um radical. Sempre foi, um radical que se anunciava “tradicionalista”. Mas, que, numa certa noite de 1969, no Teatro João Caetano, ao lado de Elizeth e do Zimbo Trio, tocou de tudo — e quando resolveu executar o “Chega de Saudade”, ficou estabelecido que, realmente, ninguém mais poderá tocar alguma obra de Tom e Vinícius! Uma noite! Uma loucura!

Hoje, sinto pena de seus amigos, da sua mulher e de minha irmã. Todos viram-no morto. Eu, não. Cumpri sua ordem.

Toda vez que ele me vem à mente — e me vem sempre — ou é discutindo com um cassetete na mão e um “32” na outra, ou é interrogando, com a carranca fechada, um punguista da Central, ou é me ensinando naquela mesa, o que, para ele, significava “viver melhor” — ou tirando do seu bandolim, o som liberto e puro do coração. Do coração

. Aos 37 anos de idade, descrente e exausto, sem Deus nem diabo, é que posso afirmar: Jacob Pick Bittencourt foi mais do que um pai. Do que um amigo. Do que um Ídolo. Foi e é, para mim, um homem.

Com todas as virtudes, fraquezas, defeitos e rastros de luz que certos homens, que ainda escrevemos com “agá” maiúsculo, souberam ou sabem ser. E homem com H maiúsculo, para mim é Gênio.

Tenho certeza e assumo: não sou nada, porque, de fato, não preciso ser. Me basta ter a certeza inabalável de que nasci do Amor, da Loucura, da Irrealidade e da Lucidez de um Gênio.

Sérgio Bittencourt

"CURIOSIDADES"

1- O carinho que o povo brasileiro tem por Jacob do Bandolim pode ser avaliado pela existência de diversas ruas, em vários Estados, que levam o seu nome.
Seja em bairros populares ou sofisticados, seja "Jacob ou Jacó", acompanhado do sobrenome "do Bandolim ou Bittencourt", a obra de Jacob continua mais viva do que nunca.
E uma linda coincidência: Em Americana(SP) e em Fortaleza (CE), a Rua Jacó do Bandolim fica ao lado da Rua Elizeth Cardoso.

2- Jacob psicografado - A valsa PELO TEU JEITO DE SER, que a médium Marisa Cajado afirma ter recebido espiritualmente e que teria sido composta por Jacob, com letra de seu filho, Sergio Bittencourt.

Há momentos de tristeza a ser vencida
Há momentos de indecisão
Há momentos de beleza a ser vivida
Há momentos de ternura e gratidão
Momento a ser plasmado
Enfim, no dia a dia em teu viver
A ser elaborado
Pelo teu jeito próprio de ser
Veja bem: Assim em tua estrada
Semente a ser plantada
Dependerá de ti e mais ninguém
Então amigo, ouça o que te digo
Joga fora a mágoa e a ingratidão
Vive a alegria, o bem e a harmonia
Abre o teu caminho, abre o coração
E sinta o dia, a despontar da noite
Clareando a treva a iluminar
E aguarda a paz, que já está
Em tempo e hora de chegar.


Extraída do site “Cancioneiros do Infinito”, em 19/03/05:
http://cantigadeamor.sites.uol.com.br

3- Hoje, existem apenas 35 seg. em video de Jacob do Bandolim. O IJB(Instituto Jacob do Bandolim) oferece uma recompensa de R$ 2.000,00 por uma imagem sua em movimento.

Todo o material extraído de http://www.jacobdobandolim.com.br/jacob/jacob.html

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