terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sérgio Sampaio

(Cachoeiro de Itapemirim/ES, 13 de Abril de 1947 ******* Rio de Janeiro/RJ, 15 de Maio de 1994)

O cantor Sérgio Moraes Sampaio, conhecido como Sérgio Sampaio, nasceu em 13 de abril de 1947, em Cachoeiro de Itapemirim, ES, filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos e maestro de banda e Maria de Lourdes Moraes, professora primária.

Em 1956, Sérgio Sampaio começou a ajudar o pai na tamancaria. Na escola foi aluno aplicado, eventualmente o melhor da classe: Dona Maria de Lourdes o colocava para estudar em casa todos os dias.

Em 1963, Sérgio Sampaio ficou impressionado com o samba "Cala a boca, Zebedeu", de autoria de Seu Raul, inspirado numa vizinha da Rua Moreira que espinafrava o marido diariamente. O apelido do sujeito era "Fulica".

Em 1964, Sérgio Sampaio começou a trabalhar como locutor na XYL-9, Rádio Cachoeiro. Tornou-se um fã do samba-canção de Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas.

Em 1965, passou três meses de experiência como locutor da Rádio Relógio Federal, no Rio de Janeiro. Retornou a Cachoeiro para servir no "Tiro de Guerra" local. Sérgio Sampaio era detido freqüentemente por trocar os pernoites por incursões aos bares e bordéis cachoeirenses.

Sérgio Sampaio mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro em 1967 para tentar a vida como locutor ou cantor-compositor.

Durante o ano de 1969, Sérgio Sampaio passa pelas rádios Rio de Janeiro, Mauá e Carioca. Ingressou na rádio Continental, onde conheceu Erivaldo Santos, parceiro no primeiro samba feito no Rio, "Chorinho Inconseqüente", mais tarde incluído no LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".

Em novembro de 1970, Sérgio Sampaio acompanhou ao violão o compositor Odibar, parceiro de Paulo Diniz em "Quero voltar para a Bahia", num teste na gravadora CBS com o então produtor Raulzito. As músicas de Odibar não agradaram e Sérgio Sampaio cantou composições suas como "Coco verde" e "Chorinho Inconseqüente". Na saída, Raul Seixas lhe diss ao pé do ouvido: "Volte amanhã".

Em janeiro de 1971, Sérgio Sampaio assinou contrato com a CBS. Nesa ocasi"ao, tornou-se amigo de Raul Seixas. Com Raulzito, Sérgio Sampaio conheceu o rock e o pop internacional em geral. Em abril do mesmo, "Sol 40 graus", gravada pelo Trio Ternura, foi a primeira letra de Sérgio Sampaio a ganhar as rádios. Ele assinou a música como "Sérgio Augusto" e seu parceiro Ian Guest, como "Átila".

O LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", com Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star, é lançado em setembro de 1971 e causa muita polêmica: tratava-se de uma coleção de pastiches de rock, samba e ritmos nordestinos, com letras sarcásticas, entremeadas por piadas e sátiras ao cotidiano em forma de vinhetas malucas.

Sérgio Sampaio participou do VI FIC, em 1971, com a música "No ano 83", de sua autoria. A seu lado, nos vocais, Jane Vaquer, futuramente conhecida como Jane Duboc.

Em setembro de 1972, pelas mãos de Raul Seixas, que já estava na gravadora, Sérgio Sampaio ingressou na Phillips, dirigida por André Midani, para trabalhar com o produtor Roberto Menescal. Gravou "Eu quero é botar meu bloco na rua", inscrita no VII FIC, com presença de Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro.

No mês seguinte, a música o "Bloco" faz enorme sucesso no FIC e invade as rádios de todo o Brasil. Em poucos meses, foram vendidos de mais de 300 mil compactos.

Em dezembro de 1972, Sérgio Sampaio contraiu tuberculose, mas ainda assim começou as gravações de um LP para a Phillips, com produção de Raul Seixas, e na banda de apoio Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami, o baixista Alexandre Malheiros e Ivan "Mamão" Conti na bateria. Também participam os "Cream Crackers" e o baterista Wilson das Neves.

O LP "Eu quero é botar meu bloco na rua" foi lançado em março de 1973. Mesmo contendo a música de grande sucesso, tornou-se um fracasso comercial e de crítica. No entanto, permanece até hoje como o disco preferido da maioria dos fãs de Sérgio Sampaio. Apesar da boa execução nas rádios de músicas como "Viajei de Trem", uma toada-rock de alta lisergia, a valsa pop "Leros & Leros & Boleros" e os sambas "Odete" e "Cala a boca, Zebedeu", a vendagem não ultrapassou as 5 mil cópias.

Em maio de 1972, Sérgio Sampaio apresentou uma série de shows "Phono 73", em São Paulo.

Sérgio Sampaio recebeu o "Troféu Imprensa" em outubro de 1972, o "Oscar brasileiro", do programa "Sílvio Santos", na TV Globo, como "Revelação de 72".

Em abril de 1973, Sérgio Sampaio casou-se com Maria Verônica Martins (Ponka), numa cerimônia hippie em Cachoeiro do Itapemirim.

Em junho de 1978, Sérgio Sampaio foi internado no Hospital Miguel Couto, do Rio de Janeiro, com uma crise de pancreatite. Em novembro do mesmo ano, Sérgio Sampaio lotou por uma semana o Teatro Opinião, do Rio, com o show "Agora".

Em 1982, lançou o LP independente "Sinceramente". Um trabalho denso e confessional, enfocando ao mesmo tempo as diversas facetas pessoais e artisticas de Sampaio, mas o disco passa despercebido.

Em fevereiro de 1983, nasceu João Sampaio, filho de Sérgio Sampaio da união com Angela. O compositor Xangai (Eugênio Avelino) é o padrinho.

Entre 1986e 1987, mesmo os mais atentos fãs acham que Sampaio abandonou a carreira. Raramente se ouvia falar nele. Seus discos viraram peças de colecionador, disputados nos sebos de todo o país. Letras como as de "Meu pobre Blues" ou "Ninguém vive por mim", músicas lançadas apenas em compacto, são cultuadas e reconstituídas verso a verso pelos fãs de Sérgio Sampaio. Os anos 80 foram ingratos com Sérgio Sampaio: nenhuma música no rádio, magros direitos autorais e escassos shows, quase sempre em bares e sem nenhuma cobertura da mídia. Na vida pessoal, o alcoolismo minava dia a dia suas forças. Ainda assim, o artista continuava compondo regularmente e apresentando-se em shows.

Em outubro de 1988, fez uma temporada de 10 dias na Sala Funarte, do Rio de Janeiro, com Jards Macalé.

Em 1990, Sérgio Sampaio começou a namorar a produtora de shows Regina Pedreira e resolveu mudar-se para a Bahia.

Entre os anos de 1991 e 1992, Sérgio Sampaio vivencia uma espécie de renascimento artístico e pessoal. Compôs várias canções e fez diversos shows em bares da periferia de Salvador e em outros estados nordestinos.

Em outubro de 1992, participou no show "Baú do Raul", na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, na Bahia, cantando músicas do LP "Sociedade Kavernista...".

Em fevereiro de 1993, no aniversário do filho João, Sérgio Sampaio anunciou que deixara a bebida. Ao longo do ano, fez shows em Brasília, Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro.

Em janeiro de 1994 Janeiro, a convite do selo paulista "Baratos Afins", Sérgio Sampaio gravou um CD canções inéditas. Em abril do mesmo ano, comemorou seu aniversário no Rio com presença de amigos como Sérgio Natureza, Chico Caruso e Luiz Melodia.

Em maio de 1994, Sérgio Sampaio foi internado no CTI do Hospital IV Centenário com crise aguda de pancreatite. Faleceu às 5 da manhã do dia 15 de maio de 1994.

Fontes: Site Sampaio Tributo, Wikipédia

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