terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dircinha Batista

(São Paulo, 07/04/1922 ***** Rio de Janeiro, 18.06.1999)

Dircinha de Oliveira era a filha caçula do casal Batista Jr. (humorista e ventríloquo) e Emília Grandino de Oliveira. Além de Dircinha o casal possuía mais duas filhas: Odete (a irmã mais velha) e Florinda (a também cantora Linda Batista).

Seu nome foi escrito na MPB devido a sua atuação nos mais diferentes gêneros musicais. Gravou sambas, marchas e sambas-canção. Ao lado da irmã, tornou-se grande sucesso na década de 40 e ficaram conhecidas como “As Irmãs Batista”. Dircinha participou de inúmeros programas de rádio, filmes nacionais e programas de TV. Gravou mais de 300 músicas em discos 78 rpm e dezenas de Lps.

O despertar para a música ocorreu muito cedo, graças ao incentivo do pai. Cursou um grupo escolar na Praça José de Alencar (Catete, RJ) e estudou nos Colégios Sion, São Marcelo e Ateneu São Luís, todos eles prestigiados colégios do Rio de Janeiro.

Sua primeira apresentação musical ocorreu quando contava com seis anos de idade e estava ao lado do pai. Em teatro a primeira apresentação ocorreu em um espetáculo realizado no Teatro Santana, em São Paulo, quando interpretou a música Morena cor de canela, de Raul Roulien. Na mesma época, apresentou-se no Cine Boulevard, em Vila Isabel, Rio de Janeiro. Gravou o primeiro disco aos oito anos (pela Colúmbia), em julho de1930, com duas músicas de autoria de Batista Júnior: Dircinha e Borboleta azul. No selo deste disco, hoje raríssimo, aparece ainda seu nome de batismo, Dircinha de Oliveira.

Em 1931 começou a participar do programa de Francisco Alves, na Rádio Cajuti do Rio de Janeiro, também ao lado do pai. Logo depois, foram trabalhar na Rádio Clube. Nesta época, era uma grande atração, pois cativava a todos com seu talento mirim. Sua presença nos programas era certeza de audiência. Gravou o segundo disco aos 12 anos, ainda como Dircinha de Oliveira, interpretando A órfã e Anjo enfermo, ambas composições de Cândido das Neves, que a acompanhou ao violão junto com Tute.

No ano de 1935, ainda com 13 anos de idade, estreou no cinema nacional cantando no filme "Alô, alô Brasil", de Wallace Downey interpretando a música Menina internacional de João de Barro e Alberto Ribeiro - com Arnaldo Pescuma e o conjunto Quatro Diabos. Foi nessa época que adotou o nome artístico de “Dircinha Batista”. Nesse mesmo ano assinou contrato com a RCA Victor, onde gravou quatro discos.

Sua estréia nas rádio-novelas ocorreu em 1943, atuando na novela "Meu amor", de Hélio Soveral, apresentada na Rádio Tupi com a qual assinou contrato. Quatro anos mais tarde foi aclamada a primeira “Rainha do Rádio”, eleita pela Assossiação Brasileira de Rádio.

O pai querido e maior incentivador veio a falecer no ano de 1943, no auge da carreira da cantora. O fato acabou provocando um afastamento temporário da cantora da vida artística.

Na década de 60 trabalhou na TV Tupi, onde foi repórter e animadora de programas de auditório.

Foi a primeira, junto de Linda Batista, a gravar Abre alas! de Chiquinha Gonzaga na íntegra. Até então, a música era conhecida apenas por retalhos e enxertos em outros discos.

No final da década de 60 abandonou definitivamente a vida artística, ficando praticamente reclusa, junto com as irmãs, em um pequeno apartamento (situado na Rua Barata Ribeiro, esquina com Miguel Lemos). Recusou propostas vultosas para gravar programas especiais para a TV Globo.

Quando o Programa Banco de Memória (TV Globo), gravou em seu apartamento, o depoimento da irmã Linda, a equipe ficou esperando por Dircinha mais de três horas, sem qualquer resultado, pois ela recusava-se a sair de seu quarto. A depressão psicológica que já a acometia, piorou a partir daí. Ela foi conduzida, em estado deplorável, por José Ricardo, dois anos depois da morte de Linda, para viver no Hospital Dr. Eiras, onde faleceu.

No mesmo ano, antes de seu falecimento, o espetáculo teatral "Somos Irmãs", reviveu a glória, o declínio e o dramático final de vida de Dircinha e sua irmã Linda Batista nos palcos das principais cidades do Brasil, com enorme sucesso de público.

Dircinha Batista morreu numa sexta-feira, 18.06.1999, no Rio de Janeiro, aos 76 anos, vítima de uma parada cardíaca. 

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