domingo, 25 de novembro de 2012

Agenor Bens

(Cordeiro/RJ, 23/9/1870 ------------ Rio de Janeiro/RJ, 1930)

Agenor A. Bens foi, além de cantor, um flautista, compositor e professor.

Filho de uma ex-escrava e de um operador de cinema, Agenor nasceu numa região onde a música clássica era tocada e apreciada. Cordeiro fica próxima a Nova Friburgo, cidade de colonização suíça na região serrana do Rio de Janeiro, onde há registros de intensa atividade musical na virada do século XX.

Posteriormente, já residindo no Rio de Janeiro, ingressou na Escola Nacional de Música, onde se formou como flautista.

No dia 29 de janeiro de 1915 participou do priemiro concerto do Maestro Heitor Villa Lobos, no extinto Theatro Dona Eugenia, que ficava na Rua General Câmara, atual Rua Augusto Spinelli, em Nova Friburgo/RJ. Agenor na flauta, Villa Lobos no violoncelo e a esposa do maestro, Lucília, ao piano.

Morava na Rua Visconde de Itamarati, no Maracanã e era empregado como chefe de turma da Saúde Pública. Foi professor de flauta do Conservatório de Música do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e membro da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro.

Chorão da Velha Guarda, possuía vasto repertório de choros antigos. Tocava muitas obras de Candinho Trombone além de cantar modinhas. Gravou vários discos nas duas primeiras décadas do século XX (total de 18 músicas), nas etiquetas Grand Record Brazil, Favorite Record da Casa Faulhaber e Odeon Record da Casa Edison. Gravou sempre solos de flauta, alguns acompanhados ao piano por Artur Camilo.

Escreveu choros, polcas e modinhas que faziam parte do repertório dos chorões, dentre as quais destacaram-se a polca "Faceira", o estudo "Noturno" e "Fantasia capricho". Como grande flautista, rivalizava com Patápio Silva, de quem gravou "Oriental".

Em 1913, teve uma de suas músicas, a polca "Faceira", gravada pelo flautista Carlos Martins com acompanhamento do pianista Artur Camilo. No mesmo ano, gravou, como solista, a valsa "Primavera" e com Artur Camilo, gravou "Noturno" e a polca "Cruzes! Minha prima", de Joaquim Calado.

Na opinião do maestro Guerra Peixe, foi "o maior flautista brasileiro de todos os tempos".

Fontes: Diconário Cravo Albin da MPB, Centro de Documentação D. João VI e site Musicos do Brasil.

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