domingo, 25 de novembro de 2012

Arnaud Rodrigues

(Rio de Janeiro/RJ, 28/10/1928 ----------- Rio de Janeiro/RJ, 18/11/1994)

Ronaldo Fernando Esquerdo e Bôscoli, ou simplesmente Ronaldo Bôscoli, era sobrinho-bisneto de Chiquinha Gonzaga, primo de Bibi Ferreira e do ator Jardel Filho, portanto sobrinho de Jardel Jércolis, artista de vanguarda do teatro de revista. Ronaldo tinha no sangue o gosto pelo show business e pela música, caminho que percorreu com grande sucesso.

Teve como primeira profissão (em 1951) o trabalho num jornal, Diário da Noite, como jornalista esportivo, período limitado à juventude. Nesa época iniciou amizade com Vinicius de Moraes, que já havia jogado o seu charme para sua irmã, Lila, com quem se casaria tempos depois.

Em 1957 escreveu sua primeira letra, "Sente", musicada por Chico Feitosa e interpretada por Norma Benguel no mesmo ano. Nesta época, reunia-se no apartamento de Nara Leão, com quem tinha um relacionamento. Compunha com outros artistas as canções que ficariam conhecidas como estilo bossa nova.

Produtor e diretor de inúmeros espetáculos, foi um dos pais da bossa nova e autor, com Roberto Menescal, de inúmeros sucessos musicais que até hoje são cantados: "O barquinho", "Ah! Se eu pudesse", "Canção que morre no ar", "Lobo bobo", "Nós e o mar","Rio", "Se é tarde me perdoa", "Telefone" e "Saudade fez um samba", só para citar alguns.

Formava com Luiz Carlos Miéle a famosa dupla Miéli e Bôscoli, e foi, enquanto vivo, o diretor de todas as apresentações anuais de Roberto Carlos.

Organizou e dirigiu dezenas de shows em boates no lendário Beco das Garrafas, onde ganhou o apelido de "O Véio", não só por ser mais velho que a turma de artistas, mas pelo jeito ranzinza e reacionário.

Foi o produtor de "O Fino da Bossa", apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Além disso produziu para a TV os especiais "Brasil Pandeiro" (com Bety Faria), "Alerta Geral" (com Alcione) e "Bibi 78 e 79" (com Bibi Ferreira).

No campo da mulheres também foi sucesso. Seus amores, quase sempre ligados à música, foram Nara Leão, Maysa, Elis (com quem foi casado e teve um filho, João Marcelo Bôscoli), Mila Moreira e Heloisa de Souza Paiva, sua segunda mulher.

Contam que, já quase à morte, recebeu a visita de Roberto Menescal no hospital onde se encontrava. Ao entrar no quarto, Menescal ficou arrasado ao ver Ronaldo no fundo da cama, com os braços abertos em cruz — um deles atado ao frasco de soro e o outro, ao de sangue. Mas a saudação de Ronaldo, com voz fraca e sumida, desarmou-o: "Vai de branco ou vai de tinto, Menescal?".

Durante a década de 80 seguiu escrevendo programas para a TV Globo e produzindo um show anual de Roberto Carlos, mas deixou de ter a mesma influência no cenário musical. Lutou contra um câncer de próstata por cinco anos, até morrer, em 1994. O atestado de óbito apresentou infecção generalizada e insuficiência renal como causas da morte. Seu corpo foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

Antes de falecer, em 1994, prestou depoimento a Luiz Carlos Maciel e Ângela Ferreira Chaves que se transformou no livro "Elas e eu: memórias de Ronaldo Bôscoli", Editora Nova Fronteira — Rio de Janeiro, 1994.

Em 2009, o produtor foi interpretado pelo ator Mateus Solano na minissérie "Maysa - Quando Fala o Coração", de autoria de Manoel Carlos, que retratou, em 2009, a carreira e a vida de Maysa.

Fonte: Wikipédia e Releituras.com

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