domingo, 25 de novembro de 2012

Januário de Oliveira

(Rio de Janeiro/RJ, 24/3/1902 ******* São Paulo/SP, 22/2/1963)

Januário de Oliveira (Januário de Oliveira Chirico), cantor e humorista, era carioca do Catumbi. Seu primeiro emprego foi como caixeiro. Depois alfaiate, fazia serestas e brilhava nas festas do Clube Ginástico Português antes de estrear na Rádio Sociedade.

Sinhô tirou-o da Rádio Clube do Brasil, em 1929, para um espetáculo no Teatro Municipal de São Paulo, promovido pelo Clube de Antropofagia em apoio a candidatura de Júlio Prestes à presidência. Gravou então em São Paulo seus primeiros discos na Columbia, com "Chequerê", "Nossa Senhora do Brasil" (homenagem a Tarsila do Amaral), "Minha branca" e "Como se gosta", todas de Sinhô, de quem gravoi 13 composições. Resolveu ficar em São Paulo e Sinhô conseguiu que cantasse na Radio Educadora Paulista (hoje Gazeta). Tornou-se um dos principais artistas da Columbia e gravou 80 músicas numa primeira fase.

Em 1930 fez sucesso com "Dança de caboclo" e "Engenho novo", de Hekel Tavares, "Cauã", valsa de Sinhô, e 'Quebra, quebra gabiroba", marcha carnavalesca de Plínio Brito. No final de 1931, foi para a modesta gravadora Arte-Fone e atuou na Rádio Record. César Ladeira apelidou-o então de A Voz de Veludo.

Em 1933 passou para a RCA Victor e, no ano seguinte, fez sucesso com a valsa "Meu destino" (José Maria de Abreu e Carlos Rego Barros de Sousa). Nesse ano, começou a cantar na nova Rádio Difusora, de São Paulo, e a atuar no Programa da Saudade, criado em 1935, que se constituiu no mais ouvido do rádio paulista. Em 1935 cantou e fez o papel de galã no filme "Fazendo fita', de Vitorio Capelaro, e participou da inauguração da Radio Farroupilha, de Porto Alegre/RS, com grande sucesso.

No Carnaval de 1936, em dueto com Arnaldo Pescuma, destacou-se com "Mulatinha da caserna' (Martinez Grau e Ariovaldo Pires) e "Paulistinha querida" (Ary Barroso), primeiro e segundo prêmios na categoria de marcha do concurso da Prefeitura de São Paulo. Em 1936 voltou à Columbia e obteve dois sucessos num mesmo disco: "Saudades da minha terra" (Décio Pacheco da Silveira), valsa, e "Alma de violeiro" (Décio Pacheco da Silveira e J. Meio Macedo), toada.

Sua discografia, de 1929 a 1938, totalizou 64 discos com 113 músicas. Ao deixar a Rádio Difusora, excursionou pelo Sul com o cantor italiano Carlo Butti e acabou ficando por dois anos na Rádio Farroupilha. Voltou em 1938 para São Paulo e resolveu explorar seu talento humorístico. Passou a ser grande atração em cassinos, teatros e boates de todo o Brasil, ficando conhecido como o Humorista das Quatro Vozes. Fazia imitações de Nelson Eddy, Marta Eggerth, Jean Sablon e principalmente Carmen Miranda. Interrompeu sua carreira em 1949, tornando-se empresário de artistas.

Fonte: MPB Cifrantiga.

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