(Rio de Janeiro/RJ, 21/7/1949 ******** Rio de Janeiro/RJ, 20/10/2008)
Nascido no bairro carioca de Ramos, berço de sambistas e do tradicional bloco "Cacique de Ramos". O bloco inclusive ganhou dele um de seus mais belos sambas, "Doce Refúgio": "Sim, é o Cacique de Ramos / Planta onde todos os ramos / cantam os passarinhos nas manhãs."
Em 1985 gravou o primeiro disco, que levava seu nome, com sambas de sua autoria e de Martinho da Vila, Manacéa e Zé Catimba. Dois anos depois gravou "Pra Esfriar a Cabeça", em que estreou uma parceria com Martinho em "Vila Isabel Anos 30".
Em 1995 gravou "Raças Brasil", disco em que regravou "Além da Razão", "Kizomba" e apresentou sambas como "Carvão e Giz", parceria com Paulo César Feital; "Sem Endereço", com Arlindo Cruz; e "Samba Que Nem Rita Adora", parceria com a mulher, Jane.
Produzido por Martinho da Vila, ele gravou em 1997 "Uma Festa No Samba", com sambas de Nei Lopes, Wilson Moreira , Zé Luiz , Noca da Portela e Cl´´audio Jorge. No ano seguinte, gravou um tributo ao mestre do partido alto, Candeia. Na época disse que nunca foi um partideiro, mas sim um compositor de partidos, já que não era bom de improvisar versos. A música que dá nome ao disco, "A Luz de um Vencedor", era um samba inacabado do portelense, que lee terminou. No repertório impecável se destacam, "Casa Amarela", de Candeia e Casquinha, e "Não Tem Veneno", de Wilson Moreira e Candeia.
Em 2004, ele lançou "Benza Deus" e, em 2006, o disco ao vivo "Um Cantar à Vontade", gravado no Teatro Rival, em que fazia um balanço de sua carreira.
Quando de sua morte a cantora Beth Carvalho declarou: "Morreu um dos maiores poetas brasileiros". Beth gravou 13 músicas do sambista.
Luiz Carlos da Vila era considerado no meio do samba como um grande criador de letras e melodias.
Autor de sambas clássicos como "Além da Razão", que lhe valeu o Prêmio Sharp de 1988, com a gravação de Beth Carvalho, "Kizomba, A Festa da Raça", que deu o primeiro título do carnaval carioca à Vila Isabel no mesmo ano; "Por Um Dia de Graça", "O Show Tem Que Continuar", "O Sonho Não Acabou", "Doce Refúgio" e "Chorando de Saudade", ele é um dos maiores representantes da geração que surgiu sob a tamarineira da quadra do Cacique de Ramos.
Mais velho que a turma que frequentava as rodas das quartas-feiras, formada por Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Fundo de Quintal e Sombrinha, Luiz Carlos desde o começo chamava atenção pelo lirismo de seus versos.
Seu nome artístico na verdade, dado por Nei Lopes, era Luiz Carlos das Vilas (Vila Kennedy, Vila Isabel, Vila de Penha...). Trata-se de um sambista que, em suas músicas, encarna o verdadeiro espírito das vilas e bairros do subúrbio carioca: músicas alegres, espirituosas e, ao mesmo tempo, preocupadas com diferentes aspectos da realidade política e social de nosso povo.
Luiz Carlos da Vila ficou internado por 40 dias no Hospital do Andaraí, onde morreu aos 59 anos de idade, vítima de um câncer no intestino. Ele era casado com Jane e deixou uma filha, Malana.
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