terça-feira, 27 de novembro de 2012

Margarida Max

(São Paulo, 1890 **** 1960)

Atriz e cantora, Margarida Max atuou com sucesso no Rio de Janeiro no teatro de revistas ao longo das décadas de 1920 e 1930. Criou a Companha Margarida Max de teatro de revistas que contou em seus quadros com instrumentistas como o paulista Nicolino Cópia, o Copinha.

Filha de italianos, nascida em São Paulo e criada em Franca, onde era conhecida como a Margarida do Max, nome de um eterno noivo, rompeu com a cidade e o noivado ao se tornar atriz de uma companhia itinerante que por lá passou. 

No Rio de Janeiro, adere ao teatro de revista, no qual se torna uma de suas principais vedetes, estrela de grandes montagens, cercada de nomes que ficariam célebres. Sílvio Caldas, Joraci Camargo, Luiz Iglésias, Luiz Peixoto, Olegário Mariano, Vicente Celestino, Otília Amorim, Viriato Correia, Mesquitinha, OduvaldoViana, Palmeirim e tantos outros. 

Em 1925, estreou com grande êxito a revista "Me leva, meu bem", escrita para a Companhia Margarida Max por Joracy Camargo em colaboração com Pacheco Filho.

Em 1927, foi a criadora, juntamente com o cômico Henrique Chaves, da marcha "Dondoca", de José Francisco de Freitas, que lhe dedicou a partitura. Essa composição foi lançada na revista "Sol nascente", de Carlos Bittencourt, Cardoso de Meneses e Alfredo Pujol. 

Em 1929, gravou pela Odeon, com acompanhamento da Orquestra Pan American o samba-canção "Por que foi?", de Pedro de Sá Pereira e Luiz Iglesias, e a marcha "Olha a pomba", de Vantuil de Carvalho. Nesse ano, em uma revista encenada por sua companhia, "Brasil do amor", musicada por Ary Barroso, o então iniciante cantor Sílvio Caldas obteve estrondoso sucesso ao lançar o samba "Faceira", de Ary Barroso, tendo que voltar por cinco vezes à cena por insistência do público. Segundo depoimento do cantor, "E a Margarida Max, a grande atriz, a grande estrela do teatro de revistas, ela que me empurrava, e eu com muito nervoso, né? Com aquela estréia, com aquele sucesso todo". Também nesse ano, gravou pela Brunswick as marchas "Bocas", de Martinez Garu, e "Dona Boia", de Lamartine Babo. 

Em 1935, atuou na revista "Mariúsa", com libreto de Cláudio de Souza, versos de Olegário Mariano e música de Joubert de Carvalho.

Como as demais prima-donas do teatro de revista, Margarida Max lançava músicas, ficando famosa sua interpretação do samba Braço de Cera, de Nestor Brandão. Mas seu grande êxito foi na revista Brasil do Amor, de 1931, quando lança a versão definitiva de No Rancho Fundo, de Ary Barroso e Lamartine Babo. Um sucesso nacional, que saltou do palco da revista para ser cantado pelo Brasil inteiro. 

Embora de curta carreira fonográfica, teve importante papel no teatro de revistas lançando e interpretando composições de reconhecidos compositores brasileiros.

Margarida não teve carreira longa, morreu aos 54 anos, já retirada. Mas antes viveu anos de glória, como uma das mulheres mais cobiçadas da época. 

Fonte: História do Samba - Editora Globo e Dicionario Ricardo Cravo Albin de Musica Popular Brasileira

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