domingo, 25 de novembro de 2012

Oscarito

(Málaga/Espanha, 16/8/1906 ******* Rio de Janeiro/RJ, 04/8/1970)

Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Dias, cujo apelido ficou sendo Oscarito, era filho de Oscar Vicente Teresa e Clotilde Teresa, uma família de circenses com tradição de muitos anos de picadeiro, Oscarito veio para o Brasil com 2 anos de idade, segundo seu depoimento para a série História do Cinema Brasileiro.

A família desembarcou no Brasil no dia 2 de dezembro de 1908, contratada pelo Circo Spinelli. Nesta companhia, o espetáculo era feito em duas partes, sendo que a primeira parte era de artistas de variedades. "Foi para essa primeira parte que vieram os meus pais, que eram artistas circenses, de variedades". Sua família foi se adaptando às peças, aprendendo o idioma e acabaram ficando por aqui.

Aos 5 anos de idade, Oscarito fez sua estreia vestido de índio, numa adaptação da peça "O Guarani", de José de Alencar, levada em mímica ao circo. A companhia percorreu vários estados brasileiros e Oscarito foi crescendo e aprendendo um pouco de cada atividade da arte circense. Foi acrobata, trapezista, fez papel de pequeno galã e papel cômico.

Por volta de 1926, seu tio Afonso Stuart, comediante de circo, foi contratado para o Teatro Recreio para a Cia de Antônio Neves. Mais tarde, também ingressou no Recreio sua irmã Lili Brennier. Oscarito começou a substituir seu tio nos papeis cômicos e, mais tarde, acabou encabeçando a companhia.

"Eu comecei a encabeçar a companhia, ao certo não me lembro, porque foram tantas peças que eu fiz... Mas uma das peças que me deu grande chance realmente, para que depois eu procedesse para os meus contatos aqui na cidade [Rio de Janeiro], foi aquela peça "Honrarás tua mãe". Essa peça foi levada no circo e foi me dado então um papel de agiota. Não sei de que forma eu fiz aquilo, tirei muita graça do papel e fui abraçado após chegar à caixa do teatro."

Com os pais já ficando velhos, Oscarito passou a sustentá-los com a ajuda da irmã. Foi então que recebeu uma proposta para trabalhar no Democrata Circo Teatro. "E ali fui muito feliz, fui muito feliz, fui pegando grande prática, pois os ensaiadores gostavam muito de mim. Fiz dramas, fiz comédias, fiz revistas, farsas, fiz tudo o que se podia fazer na arte de representar, eu fiz ali. Então se comentava muito na cidade que havia um rapazinho muito moço, com muita habilidade neste Circo-Teatro, na Praça da Bandeira. E alguns foram me assistir, inclusive o Marques Porto, Luiz Peixoto."

Durante os anos 30 e 40, atuou em muitas revistas e inúmeros filmes, tornando-se o comediante mais popular da época e sucesso de bilheteria. Gravou três discos e atuou na TV Tupi.

Oscarito gravou três discos. O primeiro, lançado no carnaval de 1950, saiu pela gravadora Star, com "Marcha do gago", de Klecius Caldas e Armando Cavalcanti e "Greve no harém". O segundo disco foi produzido pela Capitol e tem "Marcha do neném", dos mesmos autores, e "Toureiro de Cascadura", ambas incluídas no filme "Aviso aos navegantes". O terceiro disco, também pela Capitol, tinha, entre outras, as músicas, "Vingança do Rafaé" e "Chorinho chorado".

Casado com a atriz Margot Louro, que vinha de uma família também circense (Circo Democrata na Praça da Bandeira, Rio de Janeiro), tiveram dois filhos: Mirian Teresa (atriz) e José Carlos (baterista). Ao lado da esposa, filhos e netos, o comediante levava uma vida certinha e sem vícios.

Em julho de 1970, já aposentado, um derrame cerebral o deixou em coma por alguns dias. Oscarito faleceu aos 64 anos, em 4 de agosto de 1970.

Em 2007, foi lançada a biografia "Oscarito - O Riso e o Siso" (Editora Record), escrita pelo diretor e autor teatral Flávio Marinho. O livro foi finalista do Prêmio Jabuti 2008 na categoria "Melhor Livro de Biografia".

Fonte: Portal Luis Nassif.

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