(Igarapava, SP, 04/09/1939 ***** São Paulo, SP, 08/02/2010)
O cantor José Ramiro Sobrinho nasceu na cidade de Igarapava, SP, em 1939.
Junto ao seu irmão, Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, formou uma das mais importantes duplas da chamada música caipira do país. Cantou com Xavantinho até 1999, quando esse morreu, aos 56 anos, em consequência das sequelas deixadas por um acidente automobilístico sofrido cinco anos antes.
O caminho para o estrelato começou em 1980 quando a música "Que Caminho é Esse?", de Xavantinho, levou a dupla à final do "Festival MPB Shell", da TV Globo. O destaque acabou chamando a atenção de outro matuto, o ator e cantador Rolando Boldrin que acabou levando os irmãos - ou "manos veios", como costumavam tratar a si mesmos e aos amigos - para o palco do programa "Som Brasil", até então um rincão caipira das manhãs de domingo.
O pretexto para o convite foi o LP "Velha Morada", que trazia a faixa "Cio da Terra", de Milton Nascimento e Chico Buarque, que virou um clássico dos dois mineiros. O entusiasmo de Boldrin por Pena Branca e Xavantinho foi tanto que ele próprio produziu, em 1982, o segundo disco dos artistas, "Uma Dupla Brasileira", além de sair em turnê com ambos pelo Brasil.
Em 1987 os dois tiveram o reforço de Milton na regravação da faixa-título do vinil "Cio da Terra". Outro hit foi "Cuitelinho", recolhido do folclore mato-grossense pelo cientista Paulo Vanzolini e Antonio Xandó, com boa parte dos versos criados pelo primeiro, um dos ícones do samba paulistano. Também entrou para a confraria o paulista Renato Teixeira, que gravou com Pena Branca e Xavantinho o LP "Ao Vivo em Tatuí" em 1992, disco que até agora contabiliza mais de um milhão de cópias vendidas.
A dupla ainda ganhou cinco prêmios Sharp ao longo de sua trajetória.
Os irmãos gravaram, em 1993, "Violas e Canções" (Velas), destacando-se "Viola Quebrada" (Mário de Andrade). Nesse ano, os shows da dupla chegaram até os Estados Unidos. Lançaram ainda "Ribeirão encheu" (Velas), em 1995, com "Luar do sertão" (João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense), e "Pingo d'água" (Velas), em 1996, com "Tristeza do Jeca" (Angelino de Oliveira) e "Flor do Cafezal" (Luís Carlos Paraná).
Pena Branca não desmereceu a memória de Xavantinho: em 2001 colocou na prateleira de casa o Prêmio Grammy Latino, conquistado com o CD "Semente Caipira", o primeiro gravado após a morte do irmão. O último trabalho de Pena Branca é "Cantar Caipira" (2008).
Pena Branca morreu no dia 08 de fevereiro de 2010, vítima de infarto agudo do miocardio.
Durante o dia fez o que estava acostumado a fazer: pela manhã, conversou com seu ex-empresário, Jaime Stingen. sobre direitos autorais que tinha a receber e dedilhou sua inseparável viola de 10 cordas, para não perder a intimidade que desde menino mantinha com o instrumento.
O cantor morreu por volta das 18h. O cantor assistia a notícias de esporte --era corintiano fervoroso --, quando caiu da cadeira onde estava sentado, em sua casa, no Jaçanã, Zona Norte paulistana. Sua mulher, Maria, chegou a levá-lo ao Hospital São Luiz Gonzaga, no mesmo bairro, onde recebeu atendimento médico. Mas em vão.
Pena não vinha apresentando nenhum problema de saúde. Apenas se preocupava com o peso, o que fazia com que muitas vezes abrisse mão da paixão que tinha pelos pratos mineiros, como galinhada, leitão à pururuca, que o cativavam desde a infância passada em Uberlândia (MG), onde a família sobrevivia com o que ganhava na lavoura, até os dois se mudarem para São Paulo, em 1962.
Casado, Pena Branca não teve filhos.
O enterro foi realizado no Parque dos Pinheiros, no próprio Jaçanã, onde estão Xavantinho e dona Dolores, mãe dos dois.
Fontes: Sites MSN, Terra; Globo; FolhaUol
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