segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Raul Roulien

(Rio de Janeiro/RJ, 8 de outubro de 1902 ******* São Paulo/SP, 8 de setembro de 2000)

Raul Roulien nasceu, Raul Pepe Acolti Gil, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, tornando-se ator, cantor e diretor de teatral e de cinema.

Com apenas 8 anos Raul Pepe, seu primeiro nome artístico, cantou e dançou para o presidente Rodrigues Alves e por Rui Barbosa. Rui Barbosa vendo aquele garoto cheio de talento, passou a ter Raul como afilhado, matriculando o garoto no colégio Salesiano em Niterói.

Por volta de 1917, Raul forma a Troupee "Marabarina", juntamente com seus irmãos, tendo como objetivo excurcionar pelo Brasil.

Indo com o grupo à Buenos Aires, um empresário disse a Raul, que ele teria que mudar de nome, passando a ser então Raul Roulien. Foi contratado então para cantar no Cine Porteño.

Durante a década de 20, Raul teve grande êxito no teatro e no disco, até que em 1931, decidiu tentar carreira internacional, onde conseguiu um grande sucesso. Raul Roulien teve tanto êxito em Hollywood, que ficou marcado como o primeiro brasileiro a conquistar a América.

Ele casou-se duas vezes, sendo seu primeiro casamento com a atriz Abgail Maia, e o segundo, com Diva Tosca, também atriz, que morreu atropelada em Hollywood em 1933, por um motorista embriagado, que era nada mais do que Jonh Houston, então futuro diretor de cinema.

Raul foi homenageado em seu velório pelo Botafogo F.R., do qual era torcedor apaixonado e pela família imperial, à qual era ligado, por ser monarquista.

Ele obteve destaque primeiramente no teatro "ligeiro ". Também foi o maior galã brasileiro de sua época. No ano de 1928 formou a CIA. "Abgail Maia - Raul Roulien", tendo sido autor de um gênero denominado "teatro de frivolidade", e introdutor de espetáculos rápidos nos intervalos das sessões de cinema.

Já entre os anos de 1928 e 1930, investiu na carreira de cantor, tendo gravado 9 discos na extinta Odeon. Ele era o autor de quase todas as músicas, e no repertório, tangos "Tu amor y un ranchito" e "Adiós mis farras". Os tangos foram gravados também por Francisco Alves, com grande sucesso.

No ano de 1929, ainda na Odeon, gravou o fox-trot "Miss St. Paul", parceria com Mark Hermanns, o fox-romanza "Juventud", o samba "Felicidade", a valsa "Nunca" e o tango "Ave noturna" e, na Parlophon, os tangos "Mala yerba" e "Bibelot", igualmente de sua autoria.

Em 1930, Raul Roulien gravou o fox-trot "Saudade má", de sua autoria com arranjos de Mark Hermans e a valsa "Tua", de sua autoria.

Além de ator, foi diretor de teatro e cinema. Em 1931, viajou à Nova Iorque, e conseguiu um contrato na Fox. Estreou na versão em espanhol de "Eram 13".

Entre os anos de 1931 e 1934, atuou em uma série de filmes nos Estados Unidos, entre os quais, "Delicious", dirigido por David Butler, no qual interpretava um compositor russo, e cantava "Delicious", dos irmãos Gershwin.

Já em 1932, no filme "Painted Woman" da Fox, e em 1933 em "No dejes la puerta abierta" e "It's great to be alive". O filme mais conhecido de sua filmografia foi "Flying down to Rio", onde atuou ao lado de Ginger Rogers e Fred Astaire. Neste filme cantava "Orchids in the moonlight". Naquele mesmo ano, publicou o livro "A verdadeira Hollywood".

Como cantor, mudou para a Victor em 1933, onde gravou duas canções que se tornaram clássicas: "Favela" e "Guacyra", de Hekel Tavares e Joraci Camargo. Neste mesmo ano lançou os fox-trotes de Irvin Berlin com versões suas: "Mente por favor" e "Se eu perdesse".

Em 1934, atuou em "The world moves on", dirigido por John Ford.

De volta ao Brasil, Raul Roulien dirigiu o filme "Grito da mocidade", em 1937, no qual participou, também, como ator. Em 1938, a Companhia Teatral de Raul Roulien encenou a peça "Malibu", de Henrique Pongetti, da qual participava a cantora Elisa Coelho.

Em 1939, produziu e dirigiu "Aves sem ninho" e, 10 anos mais tarde, foi diretor e argumentista de "Asas do Brasil".

Com atividades bastante diversificadas, foi também apresentador de programas de televisão, repórter de jornais brasileiros e estrangeiros, e promotor do concurso Miss São Paulo, para os Diários Associados, que perdurou por muitos anos.

Abandonou o cinema em 1950, tentando retomar esta atividade em 1984, idealizando um documentário sobre a vida do sanitarista Osvaldo Cruz.

Em 1995, vitimado por um derrame afastou-se definitivamente da carreira artística.

Fonte: Cinemetro.

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