segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Trigêmeos Vocalistas

(Armando Carezzato - São Paulo, 1917) - (Raul Carezzato - São Paulo, 25-3-1921 ------- São Gonçalo/RJ, 27-6-2009) - (Umberto Carezzato, 25-3-1921 ------- Rio de Janeiro/RJ, 6-12-2007)

Depois de se apresentarem individualmente desde crianças, apareceram como o Trio Carezzato, no programa de calouros dirigido por Nilo Melo, no Teatro Colombo, de São Paulo. Foram então contratados para se apresentar na boate Tabu e na Rádio Difusora, de São Paulo, mudando o nome para Os Trigêmeos Vocalistas.

O conjunto foi criado em 1937 pelos irmãos Armando Carezzato e os gêmeos Raul e Umberto, de uma enorme família italiana que morava no Brás, entre a rua Oriente e o alto do Pari. Umberto era o crooner e o cavaquinho, Raul o baixo, e tocava ritmo e flauta, Armando a terceira voz e violão tenor. O sapateado era feito por Umberto e Raul.

Em 1939 foram contratados por Raul Roulien -- cantor brasileiro que fizera sucesso em Hollywood -- para uma temporada no Cassino Atlântico, do Rio. Seu primeiro grande sucesso foi "Linda Baiana", de autoria do trio e de Álfio Miranda. Seu maior sucesso foi o "Sarita" - "adeus Sarita / vou partir para a fronteira / vou levar minha boiada / pra vender lá na feira / Com o dinheiro dessa venda / eu vou comprar / mais uma linha fazenda / e contigo namorar".

O conjunto apresentou-se em Punta del Este e La Ascensión, Uruguai, atuando ainda com Geysa Bôscoli em Buenos Aires, Argentina, fazendo parte do elenco da Rádio Nacional.

Estrearam no Cassino da Urca em 1942, ao mesmo tempo em que Pedro Vargas fazia uma temporada cantando o clássico "Besame Mucho". No Rio, trabalharam durante 22 anos na rádio Nacional, gravando autores dos mais clássicos aos mais extravagantes. "Cachimbão" era de B. Toledo. "Piano Alemão" era música de um certo Nagib. Em 1940, pela Odeon, gravaram "Sacrifício Demais" (Assis Valente e Leandro Medeiros) e "Vieni, Vieni" de Vicente Scotto.

Gravaram para o Carnaval de 1949, na Odeon, a marcha "Os boca negra" (Jaú e Dovasal Monteiro Pires). Nesse mesmo ano, fizeram sucesso com a gravação da rumba "El cumbanchero" (Rafael Hernández) e o corrido mexicano "Don Pedrito" (Djalma Esteves e Célio Monteiro), em discos Columbia.

No ano seguinte o sucesso veio com os foxes "Eu vou sapatear" (Nicola Bruni) e "Vaqueiros de Marajó" (Stan Jones, versão de Santos Rodrigues), na mesma gravadora. Em 1951, gravaram, ainda na Columbia, o fox "Tictoc-bum" (Charles Trenet, versão de Santos Rodrigues).

Adoravam músicas que falavam em Zorro, Tigre, Tonto. Mas gravaram sambistas clássicos como "Quem Pode Pode, Quem Não Pode se Sacode" do histórico Bucy Moreira. De Nelson Cavaquinho gravaram "Agora é tarde" ("quem é você / pra dizer que manda no meu lar / agora é tarde / outro amor está no meu lugar"). Compuseram com Grande Otelo, Blackout, Jararaca.

Aposentaram-se em 1971. Armando, o mais velho, violão tenor e dono da voz mais aguda, faleceu em 1995.

Ao todo, gravaram quase 400 discos de 78 rotações.

Em 2006 os irmãos Raul e Umberto, já com mais de 80 anos, participaram do projeto do Banco Real, "Talentos da Maturidade".

Fonte: La Insignia.

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