segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Emilinha Borba

(Rio de Janeiro/RJ, 31 de agosto de 1922 — Rio de Janeiro/RJ, 3 de outubro de 2005)

Emília Savana da Silva Borba, conhecida como Emilinha Borba, nasceu no Rio de Janeiro, em 31 de agosto de 1922.

Emilinha Borba nasceu na Vila Savana, de seu avô, situada na Rua Visconde de Niteroi, no Bairro da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro / RJ. Filha de Eugênio Jordão Borba e Edith da Silva Borba.

Ainda menina e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros, dentre eles, "A Hora Juvenil", na Rádio Cruzeiro do Sul, e "Calouros do Ari Barroso", onde conquistou nota máxima interpretando o samba "O X do Problema" de Noel Rosa.

Cantando de emissora em emissora de rádio daquela época, Emilinha Borba formou com Bidú Reis, e por um curto período, a dupla "As Moreninhas", quando então, gravaram em Discoteca Infantil - 78 RPM, "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro.

Dupla desfeita, Emilinha Borba passou a cantar sozinha, sendo de imediato contratada pela Rádio Mayrink Veiga e recebendo de Cesar Ladeira o slogan "Garota Grau Dez".

Em seguida foi convidada por João de Barro (Braguinha) a participar com destaque, em 1939, da gravação da marcha "Pirulito" cantada por Nilton Paz, sendo que no disco não constou seu nome, só o do referido interpréte.

No mesmo ano, na Columbia Discos e com o nome de Emília Borba, grava seu primeiro disco 78 RPM "Ninguém Escapa" de Erastostenes Frazão e "Faça o Mesmo" de Frazão e Nássara.

Levada por Carmen Miranda, "A Pequena Notável" e sua madrinha artística, fez um teste no Cássino Balneário da Urca, no Rio de Janeiro. Por ser menor de idade e na ânsia de conseguir o emprego, Emilinha Borba alterou sua idade para alguns anos a mais. Ajudada por Carmen, que também emprestou-lhe vestido apropriado e sapatos de plataforma, foi aprovada por Joaquim Rollas, diretor artístico do Cassino e ali passou a se apresentar como "crooner", tornando-se logo em seguida uma das principais atrações daquela casa de espetáculos.

Transferiu-se da Columbia Discos para a gravadora Odeon, de onde já era contratada sua irmã e também cantora, Nena Robledo, casada com o compositor Perterpan. Lá, em fins de 1941 e já com o nome de Emilinha Borba, gravou "O Fim da Festa" de Nelson Trigueiro e Nelson Teixeira e "Eu Tenho um Cachorrinho" de Oswaldo Santiago e Georges Moran. Em 1944 retorna à Columbia Discos, com a etiqueta de Continental Discos, permanecendo naquela gravadora até fins de 1958, quando, então, transferiu-se para a CBS (hoje Sony Music) e ali ficando contratada por 18 anos consecutivos.

Em 1942, Emilinha Borba foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Em Setembro de 1943 retornou ao "cast" daquela Emissora, firmando-se a partir de então, e durante os 27 anos que lá permaneceu contratada, como a "Estrela Maior" da emissora PRE-8, a líder de audiência.

Enquanto naquela emissora, Emilinha atingiu o ápice de sua carreira artística, tornando-se uma das cantoras mais queridas e populares do país. Teve participação efetiva em todos os seus programas musicais, bem como, foi a "campeã absoluta em correspondência" por 19 anos consecutivos (até quando durou a pesquisa naquela emissora) de 1946 à 1964.

Os concursos populares, que servem como termômetro de popularidade do artista, sempre foram constantes, e, das pesquisas realizadas, na fase aurea do rádio, 99,9% deram vitória a Emilinha Borba, tornando-a a artista brasileira que possivelmente possui mais títulos, troféus, faixas e coroas.

Principais Títulos Outorgados à Emilinha:

Favorita da Marinha (1947)
Favorita dos Marinheiros (1948)
Favorita Permanente da Marinha (1949)
Melhor Cantora de 1950 (1951) - Revista do Rádio
Melhor Cantora de 1951 (1952) - Revista do Rádio
Melhor Cantora de 1952 (1953) - Revista do Rádio
Rainha do Rádio (1953) - Associação Brasileira do Rádio ABR - Emilinha foi eleita apenas com o voto popular (sem patrocínio comercial) e o somatório dos votos das demais candidatas não atingiu o total de votos de Emilinha, que alcançou patricamente o triplo de Angela Maria, a segunda colocada.
Rainha dos Músicos (1957) - Ordem dos Músicos (pela primeira vez os próprios músicos elegeram sua Rainha)
Rainha da Rádio Nacional (1958)
Rainha do Jubileu de Prata da Rádio Nacional (1961)
Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro (1965)
Primeiro Lugar por 13 Anos Consecutivos no Concurso "Os mais queridos do Rádio e da Televisão" - Revista do Rádio - a pesquisa foi realizada de 1956 à 1968
Rainha do Jubileu de Ouro da Rádio Nacional (1986)
Cidadã Benemérita da Cidade do Rio de Janeiro (1991)
Cidadã Paulistana (1995)
Troféu Imprensa (1996)
A Cantora do Brasil Mais Popular do Século XX (1999)
A Maior Intérprete da Música Carnavalesca do MILÊNIO - Socimpro
50 Anos de Rainha do Rádio (1953 / 2003)

Nas edições da "Revista do Rádio", "Radiolândia" e do jornal "A Noite", Emilinha se comunicava com seus fãs, amigos e leitores desses orgãos da imprensa, através das colunas:

Diário da Emilinha
Álbum da Emilinha
Emilinha Responde
Coluna da Emilinha

O simples anúncio de sua presença em qualquer cidade ou lugarejo do país, era feriado local e Emilinha simbolicamente recebia as chaves da cidade e desfilava em carro aberto pelas principais ruas e avenidas.

Devido ao enorme sucesso após o seu terceiro espetáculo realizado no teatro Santa Rosa em João Pessoa (Paraíba) Emilinha teve que cantar em praça pública junto ao Casssiano Lagoa, para um incalculável público, só comparado aos dos comícios de Luiz Carlos Prestes ou Getúlio Vargas.

Emilinha Borba foi a primeira artista brasileira a fazer uma longa excursão pelo país com patrocínio exclusivo. O laboratório Leite de Rosas até então investia em artistas internacionais (como a orquestra de Tommy Dorsey) e contratou e patrocinou Emilinha por três meses consecutivos em excursão pelo Norte e Nordeste.

Sua foto era obrigatória nas capas de todas as revistas e jornais do país. Na "Revista do Rádio" semana era ela, na seguinte outro artista e na posterior ela novamente. Até que, na Semana Santa que seria a vez de Emilinha, foi criado um impasse, pois o diretor da revista queria homenagear a Igreja Católica. Como resolver? Solução: colocar um crucifixo em seu colo, o que foi o bastante para um crítico (José Fernandes) dizer: "Que até Cristo para ser capa de revista teve que sentar no colo de Emilinha".

Até Agosto de 1995 Emilinha Borba foi a personalidade brasileira que maior número de vezes foi capa de revistas no Brasil, calcula-se aproximadamente umas 350 capas nas mais diversas revistas.

Emilinha Borba fo a primeira a:

- gravar, comercialmente, um samba de enredo de escola de samba. "Brasil Fontes das Artes" do GRES do Salgueiro (1957).
- gravar, comercialmente, uma música tema "trilha sonora" de Novela. "Jerônimo, O Herói do Sertão" (1955). Novela transmitida pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro / RJ e anos depois adaptada pela TV Tupi do Rio de Janeiro / RJ.
- cantar à distância da orquestra. Quando em 1955, excursionando pelo Sul do País, esteve no Estúdio da Rádio Gaúcha de Porto Alegre / RS e de lá por telefone, cantou o bolero "Em Nome de Deus", defendendo o primeiro lugar da "Parada dos Maiorais - Plastilhas Valda" do Programa César de Alencar, sendo devidamente acompanhada pela Orquestra do Maestro Ercolli Vareto, que se encontrava no palco / auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro / RJ.
- gravar um disco com o sistema de posterior colocação da voz sobre a parte orquestrada, já previamente gravada. Foi quando gravou "Catito", em 1958, pela CBS.
- usar o marketing de divulgação oficial e simultânea em todas as emissoras de rádio do país. Quando do lançamento de "Catito" pela CBS em 1958.
- "reger" a platéia do Maracanãzinho literalmente lotado. Quando defendeu o primeiro lugar na festa de apresentação das músicas campeãs do carnaval de 1957. Interpretou a marcha "Vai com Jeito" de João de Barro (o Braguinha).

De 1968 a 1972, Emilinha esteve inativa por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais e, após três cirurgias e longo estudo para reeducar a voz, voltou a cantar. Seu retorno ocorreu em grandioso espetáculo realizado pelo Sistema Globo de Rádio, diretamente do campo de futebol do Clube de Regatas Vasco da Gama / RJ, exatamente no Dia dos Marinheiros de 1972.

No início de 1973, com transmissão direta pela TV Tupi / RJ, apresentou-se no Canecão / RJ, no festival de MPB, quando, com a marcha de João Roberto Kelly "Israel", venceu, mais uma vez, a "guerra" do carnaval.

Após 22 anos sem gravar um trabalho só seu, a "Favorita da Marinha" lançou, em 2003, o CD "Emilinha Pinta e Borba", com participações de diversos cantores como Cauby Peixoto, Marlene, Ney Matogrosso, Luís Airão, Emílio Santiago, entre outros, e, no início de 2005, o CD "Na Banca da Folia", para o carnaval do mesmo ano, com a participação do cantor Luís Henrique na primeira faixa - Carnaval Naval da Favorita - e de MC Serginho na Marcha-Funk da Egüinha Pocotó.

Emilinha Borba continuou fazendo espetáculos pelo Brasil inteiro, tendo marcado presença, nos seus três últimos anos de vida, em vários estados brasileiros como Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia.

Seus maiores sucessos, entre centenas de outros, são: o bolero "Dez Anos", de Rafael Hernández com versão de Lourival Faissal e a marcha "Chiquita Bacana", de João de Barro e Alberto Ribeiro.

Por falta de gravadora, Emilinha Borba, a mais popular cantora brasileira de todos os tempos, teve que vender seus CDs em praça pública.

Emilinha Borba morreu de infarto, aos 82 anos, no dia 03 de outubro de 2005 em seu apartamento, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

O estado de saúde da artista era frágil. Em junho de 2005, ela esteve internada após cair de uma escada e sofrer traumatismo craniano e hemorragia intra-cerebral. Em fevereiro de 2004, chegou a ser hospitalizada após cair da cama e fraturar o braço direito.

Em 2011 foi montado o musical "Marlene e Emilinha".

Fontes: Site Oficial Emilinha Borba, Sites Wikipédia, Folha On Line, Uol.

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