segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Gastão Formenti

(Guaratinguetá/SP, 24 de junho de 1894 ******* Rio de Janeiro/RJ, 28 de maio de 1974)

Filho do italiano Cesare Formenti, pintor, decorador e cantor lírico amador Gastão Formenti tinha um ano de idade quando a familia mudou-se para São Paulo. Era irmão da escultora Sara Formenti.

Estudou o primário na Escola Filorette Fondacari em São Paulo e o secundário no Ginásio São Bento no Rio de Janeiro, para onde se mudou com a família, em 1910.

Tendo estudado pintura com o pai e Pedro Strina, desde os nove anos, passou a trabalhar com pintura em artesanato de vitrais e mosaicos, já que o pai viera para o Brasil montar uma fábrica especializada no ramo. Exerceu até a morte o ofício de pintor. Em sua casa tudo era propício à arte, inclusive ao bel-canto.

A 25 de fevereiro de 1920 casou com Odília de Oliveira e teve dois filhos: Godofredo e Cesar.

Levado pelo escritor Gastão Penalva, apresentou-se na Rádio Sociedade, cantando "Ontem ao luar" (de Pedro de Alcântara, com letra de Catulo da Paixão Cearense). A aprovação dos ouvintes determinaria o início de sua carreira. Veio a ser, nesse ano, um dos primeiros cantores a serem contratados pela Odeon, que a pouco inaugurara no Brasil o sistema elétrico de gravação.

Seu primeiro disco incluía a canção sertaneja "Anoitecer" (de autor anônimo) e o tango sertanejo "Cabocla apaixonada" (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em seguida, gravou composições de Joubert de Carvalho, entre as quais "Canarinho", "Rolinha", "Boca pintada" e "Sabiá mimoso".

De 1927 a 1930, lançou músicas tanto pela Odeon, como pela sua subsidiária, a Parlophon. Gastão Formenti talvez seja o intérprete de mais técnica que tivemos, sem, todavia, deixar de lado a emoção.

Em 1928 obteve êxito extraordinário com a gravação, na Parlophon, da canção "Casa de caboclo", música de Hekel Tavares sobre motivos de Chiquinha Gonzaga e versos de Luís Peixoto.

Ao lado de Carmen Miranda, foi o primeiro cantor brasileiro a assinar contrato de rádio (com a Mayrink Veiga), em 1930. Ainda nesse ano, transferiu-se para a Rádio Transmissora.

Em fevereiro de 1931 gravou um disco na Columbia e, logo depois, foi contratado pela Victor, através da qual lançou várias músicas da dupla Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, como o cateretê "De papo pro ar", a canção "Zíngara" e o fox "Beduíno".

Em junho de 1932 gravou a canção "Maringá" (Joubert de Carvalho), que alcançou grande sucesso e que, mais tarde, daria nome à cidade paranaense. Em novembro do mesmo ano, gravou e fez sucesso com "Na serra da Mantiqueira" (Ari Kerner). No ano seguinte, depois de gravar "Folhas ao vento" (Milton Amaral), passou a atuar na Rádio Clube.

No ano de 1934 lançou várias composições de Valdemar Henrique. Cantor essencialmente romântico, fez sucesso no Carnaval de 1935 com "Samba da saudade" (Ronaldo Lupo e Saint-Clair Sena).

Em 1937, depois de mais um grande êxito com a canção "Coração, por que soluças" (José Maria de Abreu e Saint-Clair Sena), voltou para a Odeon. Dois anos depois gravou pela Colúmbia, e obteve grande sucesso com a valsa "Não sei para que viver" (Saint-Clair Sena).

No ano de 1941 praticamente encerrou a carreira, que sempre conduziu mais pelo amor à arte. Seria, daí por diante, somente o pintor de quadros a óleo, que nunca deixou de ser, de talento consagrado por vários prêmios.

Em 1947, ainda na Odeon, lançou a valsa "Não vale recordar" (José Conde e Mário Rossi) e a toada-rumba "Lua malvada" (Saint-Clair Sena).

Agora na Victor, regravou "Nhá Maria" e "Trovas de amor" (ambas de Joubert de Carvalho), em 1952. Na Sinter, em 1956, relançou "De papo pro ar" e "Maringá".

Em 1959 a RCA Victor regravou seus grandes sucessos no LP "Quadros musicais". Após esse lançamento, retirou-se definitivamente da vida artística.

Em 78 rpm, no total, foram 153 discos com 299 músicas, podendo ser considerado um dos grandes cantores brasileiros de todos os tempos, pela voz, interpretação, técnica e repertório.

Fonte: Collectors

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