segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Hervé Cordovil

(Viçosa/MG, 3/2/1914 ******* São Paulo/SP, 16/7/1979)

Com um ano de idade foi levado para Manhuaçu e viveu lá até os sete anos de idade.Foi criado no Rio de Janeiro RJ. O pai era médico e político e a mãe tinha formação musical. Estudou música desde pequeno e, entre 1924 e 1930, no Colégio Militar, foi aluno de Romeu Malta, que era também maestro da banda do colégio. Nessa época, começou a compor, mas foi desencorajado por Eduardo Souto, diretor da Casa Edison, a quem mostrou suas primeiras músicas.

Estreou como pianista e compositor em 1931, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, e na Orquestra de Romeu Silva. Em 1933, já como um dos pianistas mais solicitados pelas rádios cariocas, transferiu-se para a Rádio Philips. No ano seguinte, compôs com Lamartine Babo um dos seus primeiros jingles, a marcha "Madame do barril". No ano seguinte sua composição "Triste cuíca"(com Noel Rosa) foi lançada por Araci de Almeida. Ainda em 1935, trabalhou como maestro da orquestra do filme "Estudantes", de Wallace Downey, e, a partir de então, musicou diversas peças de teatro, entre elas "Da favela ao Catete", escrita por Freire Júnior, participando como pianista de diversas gravações.

Em 1936 formou-se em direito, mas, antes de acabar o curso, sua carreira como compositor popular já se firmara com a marcha "Carolina" (com Bonfiglio de Oliveira), que, gravada pelo então desconhecido Carlos Galhardo, fez muito sucesso no Carnaval de 1934. Curiosamente a música havia sido desprezada por vários grandes nomes da época, como Almirante e Francisco Alves. No carnaval desse ano, devido a musica "Carolina" ficou entusiasmado pois ficou extasiado ao ver que a música estava sendo executada em todos os clubes dediversos bairros do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e várias outras cidades do país.

Ainda em 1936, compôs com Noel Rosa a marcha "Não resta a menor dúvida", para o filme "Alô, alô Carnaval", de Ademar Gonzaga, compondo depois para vários outros filmes. Nesse ano transferiu-se para a Rádio Guarani, de Belo Horizonte MG, em que, por dois anos seguidos, teve de compor e apresentar, diariamente, uma canção nova.

Nessa época compôs, com a prima Marisa Pinto Coelho, "Pé de manacá", que fez grande sucesso na voz de Isaura Garcia, em 1950. Em 1938, de volta ao Rio de Janeiro, compôs a marcha "Esquina da sorte" (com Lamartine Babo), jingle para uma casa lotérica, gravada por Lamartine e Araci de Almeida, na Victor, para o Carnaval do ano. Em 1940, foi trabalhar na Rádio Tupi, de São Paulo.

Entre 1941 e 1945, trabalhou como advogado em Manhuaçu, MG. Foi durante esse período que compôs o baião "Cabeça inchada", grande sucesso em 1951, quando foi gravado por Carmélia Alves, e que teve mais de 50 gravações diferentes na Europa. Em 1945 voltou a São Paulo, passando a trabalhar como maestro orquestrador na Rádio Record, emissora em que se aposentou 26 anos depois.

Em 1946 compôs, com Mário Vieira, "Sabiá lá na gaiola", outro grande sucesso gravado por Carmélia Alves, em 1950. Compôs com Correia Júnior, em 1966, "Canto ao Brasil", peça sinfônica orquestrada por Gabriel Migliori e executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. No conjunto de sua obra destacam-se as marchas "Seu Abóbora" (com Lamartine Babo), gravada por Carmen Miranda em 1935, "Seu Gaspar", gravada por Sílvio Caldas em 1938, e "Esta noite serenou", gravada por Dalva de Oliveira em 1951; a toada "Me leva" (com Rochinha), gravada por Ivon Curi em 1951; o samba-canção "Uma loura", gravado por Dick Farney em 1951; além dos já citados baiões "Pé de manacá", "Sabiá na gaiola" e "Cabeça inchada".

Compôs ainda algumas músicas jovens, como "Rua Augusta" e "Boliche legal", ambas em 1964, e a versão "Biquini de bolinha amarelinha". Tem músicas feitas em parceria com seus filhos Ronnie Cord e René Cordovil, também compositores. Em 1977 participou do show comemorativo 30 anos de baião, realizado no Teatro Municipal, de São Paulo, com Luiz Gonzaga, Carmélia Alves e Humberto Teixeira.

Em 1997 foi publicado o livro "Hervé Cordovil - Um gênio da música popular brasileira", de autoria de Maria do Carmo T. Passiago (João Scortecci Editora, São Paulo).

Fonte: Cifrantiga

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