terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pepa Delgado

(Piracicaba, SP. 21-07-1887 ******** Rio de Janeiro, RJ, 11-03-1945)

Maria Pepa Delgado era filha Ana Alves e do toureiro espanhol Lourenço Delgado, que se tornou fotógrafo ao chegar ao Brasil. Em 1902 veio com o pai para o Rio de Janeiro e, aos 15 anos de idade, tornou-se atriz e cantora.

Entre 1902 e 1920, atuou em várias revistas encenadas no Teatro São José, no Rio de Janeiro. Em 1905, gravou para a Casa Edison a cançoneta "O abacate" e o maxixe "Café ideal", ambos da revista "Cá e lá", com música da maestrina Chiquinha Gonzaga. No mesmo ano, gravou "Um samba na Penha", da revista "Avança" e "A recomendação", de Assis Pacheco.

Em 1912, a Columbia lançou discos seus, nos quais se lia em uma das faces: "Atriz brasileira que tem feito sucesso e arrancado (sic) de nosssas platéias as mais ruidosas manifestacoes (sic)". Em algumas dessas gravações, apresentou-se cantando em duetos com Mário Pinheiro, registrando, entre outras, o tango "Vatapá", de Paulino Sacramento. Entre suas gravações, destacam-se ainda a canção "Rasga o coração", de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense e, principalmente, "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga (com versos de Machado Careca), sua gravação de maior sucesso, ao lado do cantor Mário Pinheiro.

No ano de 1920, casou-se com o oficial do Exército Almerindo Álvaro de Moraes, que era tesoureiro do Clube dos Democráticos, onde se tornara mais conhecido pelo apelido de Lambada. Pepa Delgado muitas vezes saiu integrando a comissão de frente no desfile dos Préstitos da terça-feira gorda. Nesse mesmo ano seguiu com o marido para a cidade de Campos - RJ, onde apresentou-se em teatros.

Entre as muitas peças feitas por Pepa, encontra-se a burleta "Forrobodó", de Luís Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Chiquinha Gonzaga. Nela, interpretava o papel de Rita, atuando ao lado de Cinira Polônio, Cecília Porto e Alfredo Silva, entre outros. O espetáculo, estreado a 11 de junho de 1912, obteve grande sucesso, alcançando um mil e quinhentas apresentações consecutivas, além de ser remontado incontáveis vezes nos anos seguintes.

Foi uma das primeiras pessoas a reconhecer o talento de Vicente Celestino e a ajudá-lo.

Encerrou sua carreira artística em 1924, aos 37 anos de idade. Foi ela quem solicitou a Fred Figner, proprietário da Casa Edison e diretor-geral da Odeon Brasileira, que doasse um terreno em Jacarepaguá para construir o Retiro dos Artistas, situado na Rua dos Artistas, ainda hoje em funcionamento. Faleceu em 11 de março de 1945, aos 58 anos, vítima de hepatite.

Fonte: Cantoras do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário