domingo, 25 de novembro de 2012

Ruy Rey

(São Paulo/SP, 04/1/1915 ******** Rio de Janeiro/RJ, 26/3/1995).

O cantor e compositor Ruy Rey (Domingos Zeminian) começou como crooner no conjunto dos Irmãos Copia, em São Paulo. Foi contratado pela Rádio Tupi (SP) atuando também no cabaré OK, com a Orquestra de J. França.

Em 1944, foi para o Rio de Janeiro, trabalhando como cantor da Rádio Nacional, conseguindo o horário de meio-dia e meia, logo após o programa de Francisco Alves de grande audiência, conseguindo projetar seu nome. Mas foi em 1948, quando ele teve a idéia de formar a Ruy Rey e sua Orquestra, especialista em ritmos latinos, que sua carreira deslanchou.

No mesmo ano, teve a sorte de estourar com a marchinha carnavalesca, "A mulata é a tal" (João de Barro e Antônio Almeida), apesar de nada ter a ver com a "latinidad" que o celebrizou. O sucesso o animou a adaptar sua orquestra aos ritmos brasileiros, como o samba e a marchinha, durante o carnaval. Fora dessa época, cantava mais em espanhol.

Em 1949, gravou sua primeira composição," Nana" (com Rutinaldo Silva), mas antes disso já havia gravado "La bamba", dez anos antes da versão clássica de Ritchie Vallens. Atuou em filmes da Atlântida, como Carnaval no Fogo (49), Aviso aos Navegantes (50) e O Petróleo É Nosso (54), dirigidos por Watson Macedo.

Nos anos 50, rivalizou com o argentino Gregorio Barrios a preferência dos brasileiros nas interpretações de boleros e canções latinoamericanas. Celebrizou-se com as versões da rumba "Zé Betum", os mambos "Cao cao mani picão", "Mambo jambo", o porro "Cubanita chiquietita", o chá-chá-chá "Torero", os boleros "Camino verde" e "Ansiedad", além de "Bailando la cucaracha".

A partir dos anos 1960, com a bossa nova, os ritmos latinos foram diminuindo e seu prestígio começou a entrar em declínio. Em 1960, gravou a marcha "Mundo virado", de sua parceria com Valdemar de Abreu e o samba "Não vou quebrar a jura", de Moacir Silva, Mauro Araújo e Benedito Reis. Em 1961, gravou as marchas "Indústria nacional", de Norival Reis e Benedito Reis e "Ivan não é", de Luiz Antônio. Em 1963, gravou as marchas "A boca é boa", de sua parceria com José Batista e "Vamos pro mato caçar", de Antônio Almeida, esta última, em dueto com a cantora Marlene. No mesmo ano, gravou na Mocambo a marcha "É um estouro", de sua autoria e Antônio Almeida e o samba "Amor proibido", de Mário Barcelos e L. Zeminian. Com sua orquestra gravou 35 discos em 78 rpm além de diversos LPs. Até a década de 1970, dedicou-se à carreira de cantor, mas já sem o brilho que sempre obteve nos anos 1950.

Fonte: Cifrantiga e Dicionário Cravo Albin da MPB.

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