domingo, 25 de novembro de 2012

Silvino Neto

(São Paulo/SP, 21/7/1913 ******* Rio de Janeiro/RJ, 10/6/1991).

Silvino Neto (Silvério Silvino Neto) era compositor, cantor e radialista.

Filho de Ernesto Silvino e de Leonor Dutra Silvino. Cursou o primário e o secundário no Ginásio do Estado em S. Pedro, concluindo o curso com 17 anos de idade. No ano seguinte, empregou-se no escritório de café de Agnaldo Amaral. Meses depois, transferiu-se para as Casas Pernambucanas, onde permaneceu por pouco tempo, indo trabalhar para a A .W. Wessey e Cia. por um ano.

Estreou em 1931 na Rádio Educadora Paulista (depois Gazeta), como cantor de tangos, com o pseudônimo de Pablo González, atuando depois em outras emissoras paulistas. No ano seguinte, passou a cantar música brasileira, por sugestão do compositor Marcelo Tupinambá, começando também a compor.

Em 1933, seu repertório já incluía músicas de sua autoria, como as valsas
"Uma saudade a mais, uma esperança a menos" (com Carlos Morais), "Que importa para nós dois a despedida", que Orlando Silva gravaria em 1939, além de "Valsa dos namorados" e "Adeus" (Cinco letras que choram), que seriam gravadas por Francisco Alves. Um ano depois, cantou com as orquestras de Osvaldo Borba, Gaó, Martínez Grau, Eduardo Patané, entre outras, formando também, com Alvarenga e Ranchinho, um trio de grande sucesso, Os Mosqueteiros da Garoa.

Deixou sua carreira de cantor romântico em 1936, época em que atuava na Rádio São Paulo, e transferiu-se para o Rio de Janeiro RJ. Ali, no ano seguinte, entrou em contato com o diretor da Rádio Nacional, Oduvaldo Cozzi, que o aconselhou a deixar de cantar e a dedicar-se ao humorismo, campo em que já tinha experiência, pois no início da carreira também fora humorista e imitador.
Assim, no dia 4 de janeiro de 1938, apresentou-se na Rádio Nacional imitando Arnaldo Pescuma, Carlos Galhardo e Lamartine Babo, obtendo grande sucesso. No mesmo ano Orlando Silva gravou com êxito na Victor sua valsa-canção "Uma saudade a mais, uma esperança a menos" e em 1940 o próprio Silvino gravou a marcha "Senhorita Pimpinela" (com Paulo Barbosa). Desse ano em diante conquistou grande popularidade com seus programas humorísticos, como o Pensão da Pimpinela, que ficou no ar até 1942, Aventuras da Pimpinela, até 1944 e, a seguir, Pimpinela, Anestésio e o Telefone.

Em 1938, casou-se com Naja Siqueira Campos, com quem teve um filho, também tornaria comediante, Paulo Ricardo Campos Silvino, que lhe deu um neto, também ator. O casal separou-se no ano seguinte.

Com o fim do Estado Novo, criou um programa chamado Futebol Político, em que imitava Getúlio Vargas, Ademar de Barros e outros políticos. Em 1945, participou com Derci Gonçalves da revista Fogo no pandeiro. No ano seguinte, voltou a gravar, com "Entrou areia" e "Essa é fina", e um ano depois sua música "Adeus" (Cinco letras que choram), foi gravada com sucesso por Francisco Alves.

Ainda em 1947 voltou a atuar com Derci Gonçalves na revista Conféti na boca, participando ainda de Passo da girafa, com Mara Rúbia, em 1949, ano em que também fez A borracha é nossa (com Eros Volúsia).

Em 1950, depois de uma campanha eleitoral basicamente humorística, foi eleito vereador com maioria de votos pelo antigo Distrito Federal. Em 1953 retornou ao rádio, atuando na Rádio Mayrink Veiga. No mesmo ano compôs "Trezena de Santo Antônio" e, em 1955, "Sóror Maria" e "Cristo Redentor", estas duas gravadas por Orlando Silva. No ano seguinte, deixou a Mayrink Veiga, passando a apresentar-se esporadicamente em programas de rádio e televisão.

Trabalhando como fiscal do Instituto Brasileiro do Café, continuou compondo sucessos, como "Fantasma da felicidade", gravado por Ângela Maria, "O Rio será sempre Rio", lançado por Dircinha Batista no Carnaval de 1961, "A fome é nossa", gravação de Anestésio, "Saudade da saudade", lançado por Dircinha Batista e "Amanhã chorarei por mim", gravado por Nuno Roland.

No início da década de 1960, gravou pelo selo Belacap as marchas "A fome é nossa"; "Ziquizira bateu" e "Meu boi não tem problema", todas de sua autoria. No mesmo período teve o samba "Amanhã chorarás por mim" gravada por Nuno Roland, e a marcha "O Rio será sempre o Rio" e o samba "Saudade da saudade", gravadas por Dircinha Batista. Em 1960, sua marcha O Rio será sempre o Rio" foi gravada na Odeon pela Banda do Corpo de Bombeiros, sendo regravada no mesmo ano por Carlos Galhardo na RCA Victor. Em 1961, teve a marcha "Cartão postal" e a valsa "Meu diploma" gravadas na Odeon pela cantora Chiquita, e Carlos Galhardo regravou na RCA Victor a "Valsa dos namorados". Em 1962, teve gravadas pela dupla Hamilton Ferreira e Castrinho as marchas "Asnésio e Leôncio", parceria com Haroldo Lobo, e "É por aqui, siô", parceria com Haroldo Lobo e Paulo Gracindo. No mesmo ano, e na mesma gravadora, Rodolfo Mayer gravou a canção "Carta à mãe distante", e Jorge Goulart a canção "Ser mãe", esta última, uma musicalização de um poema de Coelho Neto. Também em 1962, teve duas parcerias com Haroldo Lobo e Milton de Oliveira gravadas por Jorge Goulart na Continental, as marchas "Greve das mulheres" e "Entra pelo cano".

Em 1964, Francisco Petrônio regravou a "Valsa dos namorados", pela Continental. Em 1966, Miltinho gravou "Aleluia de um imenso amor" em LP na Odeon. No ano seguinte, o mesmo Miltinho gravou "História de uma roseira triste" no LP "Elza, Miltinho e o samba", lançado pela Odeon. Como compositor, teve mais de 50 composições gravadas por nomes como Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Ângela Maria e Dircinha Batista, entre outros. Seus maiores sucessos foram a "Valsa dos namorados" e o samba-canção "Cinco letras que choram".

Em 11 de fevereiro de 1955, passou a viver com Fernanda Célia Monteiro. Recebeu da Assembléia Legislativa o título de Cidadão Carioca em 16 de setembro de 1971.

A partir de 1973, trabalhou como publicitário em Portugal, e aumentou sua produção musical. Casou-se oficialmente com Fernanda em 9 de junho de 1981. Sofreu um atropelamento em 1983. Faleceu em 10 de junho de 1991, vítima de câncer generalizado.

Fonte: Cifrantiga / Dicionário Cravo Albin da MPB / Site da família Silvino.

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