segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sérgio Endrigo

(Pola/Croácia - na época pertencente à Itália, 15 de junho de 1933 ****** Roma/Itália, 8 de dezembro de 2005)

Sergio Endrigo, cantor e compositor italiano responsável por hits de grande sucesso como "Io che amo solo te", tendo sido gravado por intépretes do mundo inteiro. O músico ganhou popularidade nos anos 60 na América Latina por ter suas composições gravadas por Roberto Carlos, como "Canzone per te", que venceu o Festival de San Remo, em 1968.

Filho de um cantor de ópera de algum destaque, ele perdeu o pai muito cedo, sua mãe trabalhava numa fábrica de cadeados. Sua cidade, em 1947, passou a ser considerada território iugoslavo e Endrigo refugiou-se com a família em Brindisi. Expulso da escola por mau comportamento, tornou-se um errante: foi lanterninha de cinema, office-boy, agente do censo, mascate, carregador de malas em hotel.

Em 1954, participou de um concurso de calouros no Teatro Malibran e foi contratado como cantor lírico no Lido, em Veneza. A partir daí, consolidou seu estilo romântico. Participou do Festival de San Remo em 1966 com a canção "Adesso sí" e em 1967 com "Dove credi di andare". Mas, somente em 1968 venceu o Festival de San Remo com "Canzone per te", uma composição sua e de Sergio Bardotti que teve Roberto Carlos como intérprete. Nesse mesmo ano, representou a Itália no Festival Eurovisão da Canção com a canção "Marianne".

Uma de suas vindas ao Brasil foi em consequência de uma aposta. Pouco antes do Festival de San Remo, em fevereiro de 1968, como Endrigo demonstrasse pouca esperança de vencer com "Canzone per Te", sua parceria com Sergio Bardotti que Roberto Carlos defenderia no certame, ouviu o cantor brasileiro prometer que, caso vencessem, ele seria convidado para ficar um mês no Brasil, com direito a uma participação em um programa de televisão. Vitória confirmada, promessa cumprida: em abril, Endrigo participou da estréia de Roberto Carlos-68 (TV Record). Há referência de que ele teria então deixado outra música para Roberto gravar, mas isso não chegou a acontecer.

Ambos, Endrigo e Roberto, tinham motivos de sobra para festejar aquela vitória. No caso de Roberto, era a primeira vez que um cantor estrangeiro vencia um festival na Itália - e cantando em italiano! Além disso, nos festivais brasileiros da canção, que se inspiravam no modelo italiano, Roberto nunca foi além de um 5º lugar. Endrigo, por sua vez, teria em 1968 seu único primeiro lugar em San Remo. Conseguiria o 2º lugar em 1969 e o 3º em 1970, quando apresentou "L'arca di Noè", também premiada pelo júri como melhor letra. Mais do que isso, porém, era a superação do impasse que levou Roberto a desistir de concorrer no festival em 1967. O Rei iria defender "Dove Credi di Andare", de Endrigo, mas não concordou com a exigência dos editores da música de que a cantasse juntamente com Memo Remige.

Foi uma espécie de pioneiro ao aproximar a música italiana da brasileira. Nos anos 70, ele fez parcerias com nomes da MPB. Era verdadeiramente apaixonado pelo Rio de Janeiro onde, além de se maravilhar com as belezas naturais, conheceu a alma da cidade, tendo como companheiros Vinícius de Moraes, Toquinho e Chico Buarque. O amor de Endrigo pelo Rio era tão transparente que Toquinho e Vinícius fizeram para ele o "Samba pra Endrigo". Além de Roberto Carlos, Endrigo gravou com Chico Buarque "A Rosa".

Na década de 70, compôs, em parceria com Vinícius de Moraes, canções para crianças, como "La Casa" e "El Pappagallo" e, em 1979, lançou um disco em português com músicas de Chico Buarque, Toquinho e Vinícius. Faleceu aos 72 anos, em 8 de setembro de 2005.

Fonte: Cifrantiga e Brasileirinho.

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