domingo, 25 de novembro de 2012

Raul Torres

(Botucatu/SP, 11/7/1906 ******* São Paulo/SP, 12/7/1970)

Raul Montes Torres, filho de imigrantes espanhóis, foi um cantor e compositor brasileiro.

Na sua cidade já se dedicava à música, cantando música caipira em festas, mas foi na cidade de São Paulo na década de 1920 onde decidiu dedicar-se definitivamente à vida artística. Passou a trabalhar na Rádio Educadora de São Paulo em 1927, tocando modas de viola. Inicialmente não escreveu e nem cantou músicas sertanejas, mas sim sambas e emboladas, participando do grupo Turunas Paulistas.

No ano de 1937, formou dupla com Serrinha, que era seu sobrinho e passou a se dedicar a escrever e cantar músicas caipiras, lançando muitos discos em 78 rotações. No ano de 1940, escreveu a clássica "Saudades de Matão" ("Neste mundo eu choro a dor, por uma paixão sem fim, ninguém conhece a razão por que eu choro no mundo, assim...") . Compôs mais de 100 canções, entre as quais a "Moda da Mula Preta" ("Eu tenho uma mula preta com sete palmo de altura...").

Em 1945, começou a compor com João Batista Filho, mais conhecido como João Pacífico e, desta parceria, resultam as canções "Pingo d'Água" ("Eu fiz promessa pra que Deus mandasse chuva pra crescer a minha roça e vingar a criação..."), "Colcha de Retalhos" ("Aquela colcha de retalhos que tu fizeste, juntando pedaço em pedaço foi costurada..."), "Mourão da Porteira" ("Lá no mourão esquerdo da porteira, onde encontrei vancê pra despedi..."), "Cabocla Teresa" ("Há tempos fiz um ranchinho, pra minha cabocla morar, pois era ali nosso ninho, bem longe desse lugar..."). A partir de 1960, passou a se dedicar cada vez mais à apresentação de programas de rádio, especialmente pela Rádio Record de São Paulo.

Gravou mais de 200 discos, sendo autor de cerca de 350 composições. Inúmeras de suas obras foram gravadas e regravadas por consagrados artistas do universo sertanejo. Tião Carreiro e Pardinho gravaram "Felicidade" e interpretaram "Mestre Carreiro", no filme "Sertão em festa". Tonico e Tinoco gravaram um LP homenagem em que cantaram apenas canções de Raul Torres.

Faleceu um dia depois de seu aniversário de 64 anos, logo após a gravação do LP “O maior patrimônio da música sertaneja”.

Durante muitos anos apresentou um programa na Rádio Record com o violeiro Florêncio.

Quando tinha 50 anos, casou-se com Adelina Aurora Barreira, no ano de 1955. Sua mulher era funcionária pública. Eles permaneceram casados até o dia de sua morte, portanto ficaram casados por 15 anos.


Em dezembro de 2006, ano em que completaria 100 anos, a prefeitura de Botucatu empreedeu uma festa-homenagem ao compositor, realizando um show na praça principal da cidade, que ganhou seu nome. O espetáculo que recordou suas obras, contou com nomes consagrados no universo sertanejo como Inezita Barroso, Pedro Bento e Zé da Estrada, Craveiro e Cravinho, entre outros. Na ocasião, foi inaugurada local uma estátua, representando sua imagem, com instalação também de uma placa honrosa. Na primeira metade de 2007, o programa "Viola, minha viola", apresentado por Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo, realizou uma edição especial em homenagem a Raul Torres, mostrando diversas de suas obras, interpretadas, entre outros, por duplas duplas tradicionais como: Craveiro e Cravinho, que cantaam "Mourão da porteira", e "Chico mulato", as duas em parceria com João Pacífico; Duo Glacial, que cantaram ""Perto do coração" e "Cabocla Teresa", com João Pacífico e Pedro Bento e Zé da Estrada, com "Sinhá Maria, com João Pacífico e o clássico "Moda da mula preta". No encerramento dessa edição comemorativa, Inezita Barroso interpretou "Colcha de Retalhos", acompanhada por todos os convidados do evento.

Fonte: Wikipédia / Dicionário Cravo Albin da MPB.

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